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6.5.08

Maio de 68

Uma fábula contada às crianças, tão presente no inconsciente da nação quanto a Revolução Francesa de 1789, a dominação alemã durante a Segunda Guerra, o Louvre, Coco Chanel e o General Charles De Gaulle.

O grande maio francês teve início, na verdade, em março. Exatamente no dia 22, quando 150 estudantes da Universidade de Nanterre ocuparam o escritório da administração local. Poucos dias depois, formariam um grupo anarquista. Entre eles, o rapaz que seria o rosto e a voz de maio: o alemão Daniel Cohn-Bendit. Danny, le Rouge, o comunista que entrou em choque – explosivo – contra o governo francês. O que se seguiu foi um efeito cascata. As universidades entraram em greve. Já em maio, no dia 3, um choque entre policiais e alunos da Sorbonne resulta na prisão de 596 pessoas. Quatro dias depois, trinta mil desfilam pelas ruas da cidade cantando a Internacional Comunista. No dia 10, as coisas pioraram, e surgem as imagens conhecidas. As ruas do Quartier Latin se transformando em pedras amontoadas e usadas em uma espécie de guerrilha urbana. São 60 barricadas. A ação das tropas oficiais têm como saldo 367 feridos graves (251 policiais) e 188 viaturas destruídas. O governo declara que "a desordem é resultado de uma ideologia confusa. Anarquista, Castrista, Maoísta. Tudo se mistura no niilismo dessas pessoas". De Gaulle sabe que esses jovens o querem fora, e os operários se unem a eles no dia 13 com uma greve geral. Uns pedem um novo Estado, seguindo o modelo da China de Mao. Outros, um conselho de operários. Concordavam em um ponto: não desejam capitalismo ou mercado.
No dia 27, os líderes assinaram com o governo o Accords de Grenelle. Em 30, há uma pomposa manifestação pró-De Gaulle, que se refletiria nas eleições do mês seguinte, quando a situação ganhou de lavada, conquistando 3/4 da Assembléia Nacional.
Herança? Para uns, 68 foi a última chance de revolução. Para outros, um grande momento de ingenuidade. Segundo um terceiro grupo, "uma coisa que ninguém sabe ao certo".

*O ex-vermelho Cohn-Bendit é hoje uma liderança do Partido Verde.

*"Terra em Transe", de Glauber Rocha, é um dos filmes que influenciaram o movimento, ao lado de "A chinesa", de Godard, e "Antes da Revolução", de Bernardo Bertolucci.

Um comentário:

Laíza disse...

Para outros, um grande momento de ingenuidade.

Imagine você o que é ser ingênua tempo integral.