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20.10.11

Meninos, ele viu

Rubem Fonseca, once again, sobre a Copa de 50:

"O jogo com a Espanha foi inesquecível. O estádio estava superlotado, como nas outras ocasiões. A Espanha tinha um timaço. Ganhamos por 6 a 1. Quando fizemos o quarto gol, aos onze minutos do segundo tempo, o estádio começou a cantar a marchinha popular "Touradas em Madri". Não demorou muito para que as duzentas mil pessoas (ou mais, consta que houve uma invasão de penetras por um dos portões) começassem a cantar em uníssono: Eu fui às touradas em Madri, pararatibum, bum, bum, pararatibum, bum, bum, e quase não volto mais aqui, pra ver Peri beijar Ceci, pararatibum, bum, bum, pararatibum, bum, bum. Quando a multidão cantava pararatibum, bum, bum, o som era tão estentóreo que o cimento e os vergalhões de ferro das arquibancadas tremiam e vibravam como se fossem se romper. Nunca houve, nem haverá, um coro de vozes tão faustoso, magnificente, pomposo, ruidoso, dantesco, apoteótico, em que centenas de milhares de pessoas empolgadas e felizes cantavam em uníssono, a plenos pulmões, celebrando de maneira fantástica uma vitória. Sou um velho escritor profissional, mas não tenho palavras para descrever aquele momento."

Imagine se tivesse. Vamos à final, contra a Cisplatina:

"Quando o jogo acabou, o silêncio foi profundo, tão estrondoso (perdoem o oxímoro) que doía em nossos ouvidos. Duzentas mil pessoas mudas e surdas. Até os choros eram silenciosos, e as lágrimas escorriam apenas dos olhos dos mais fortes, aqueles que não haviam ficado transidos, estarrecidos e obnubilados com a desgraça que se abatera sobre nós.
O sofrimento do dia 16 de julho de 1950 jamais esquecerei. Para descrever o que senti naquela tarde, vem-me sempre à mente a famosa frase de Conrad, em O coração das trevas: o horror, o horror, o horror." 

2014 está aí.

10.10.11

O povo quer é interagir, em quantidade e em qualidade, e nesse quesito, não dá pra negar, o Facebook deixa o Twitter no chinelo. Falando por experiência própria, eu sou muito mais curtido do que retuitado; recebo muito mais mensagem no mural (ou fora dele) do que menção no Twitter ou DM.

Minha teoria é que o Twitter só não foi engolido ainda pela rede de Mark Zuckerberg por causa dos TTs. Outra coisa que as pessoas adoram é saber o que tá acontecendo no mundo, no seu país e, principalmente, do que seus vizinhos estão falando.