Pesquisar este blog

29.10.10

Alô povão agora é sério!




No primeiro turno nem votei em Ricardo Coutinho (e sim em Nelson Júnior), mas sempre quis que ele ganhasse. E agora mais do que nunca. Tanto quanto torci por Lula, só que agora tá mais imprevisível que 2002. Tô com o Mago e não abro, não só pelos méritos dele, mas pelos deméritos do adversário, e daí este post-apelo.

Se você vota em Zé, eu respeito. Mesmo sendo incontestável que ele é um administrador muito menos competente e responsável que o socialista e, além disso, cínico (nega que tenha produzido os panfletos, por exemplo). A campanha vermelha neste segundo turno é uma baixaria inimaginável, beirando o fantástico.

Mas eu não desmereço o voto de ninguém. Mesmo. Por isso eu discuto, mas não tenho a pretensão de fazer ninguém mudar de opinião. O que eu quero fazer é um pedido a quem tá indeciso ou prefere o Girassol mas, pelo feriado ou outra razão, não tá lá muito disposto a encarar a urna. Por favor, vote. Ou, se não der, pelo menos convença outras pessoas a votar.

E aqui não se trata (apenas) do clichê repetido por todo candidato que tá atrás nas pesquisas, "Se você vai votar em mim, consiga mais um, dois votos..." O duelo paraibano tem peculiaridades que exigem mais, por parte do cidadão, do que simplesmente marcar presença na seção eleitoral.

Quem acompanhou as apelações do candidato do PMDB, principalmente nesta semana, sabe que, daqui pra domingo, a coisa só tende a piorar. O aumento pomposo e absurdo, dadas as circunstâncias, pras polícias civil, militar e bombeiros, é a principal. Afagar os policiais, além de atrair os seus votos e de seus familiares, ainda é perigoso por que são eles que vão fazer a segurança do pleito! Será que a corporação vai ter isenção para coibir crimes eleitorais praticados pela turma que apoiam?

Mas Maranhão também acabou de convocar aprovados em concursos da PM e da Saúde. E foi só RC dizer que ele não investia em Ciência e Tecnologia que a UEPB publicou edital de R$ 2,5 milhão pra projetos de pesquisa.

Ótimo. Se não fosse a dias da eleição! Mas, repito, o pior ainda está por vir. Já tivemos os panfletos jogados por helicóptero, no Sertão. Ricardo disse, pelo twitter (@realrcoutinho), que pessoas vestidas de laranja estavam prometendo dinheiro em troca de voto e, se eles não recebessem até o dia 31, "poderiam votar no outro"...

A coisa tá feia. E eu acho que nós, de alguma forma, podemos oferecer um antídoto contra essas práticas, em alguma medida. Todo mundo conhece alguém no interior. Converse, ligue, deixe scrap. Diga pra não acreditarem em qualquer besteira que falem (e vão falar, sem dúvida) pra atingir Ricardo. Não estou pedindo pra ninguém tentar convencer os eleitores de Zé a mudar de lado - a menos que eles tenham decidido isso baseados em alguma mentira. É blindar o Girassol, agora, e correr pro abraço, depois. Espero vocês no Busto domingo à noite.

2.10.10

No quadro "Clássicos do Futebol" do "Loucos por Futebol", da ESPN, apresentado por Roberto Porto, tomei conhecimento de um "causo real" que surprende até quem está acostumado com as histórias com selo "Coisas que só acontecem com o Botafogo". E também dá ideia do quanto essa tradição de bizarrices vem de longe.

Mesmo quem nunca leu "Os Sertões", ou só estudou a obra por meio de um "resumão" pra passar no vestibular, conhece a história do triângulo amoroso que culminou na morte do jornalista-escritor, graças à minissérie "Desejo".

O que eu não sabia (ou não lembrava) é que Euclides da Cunha Filho, em circunstâncias muito parecidas, também foi morto pelo algoz do pai, sete anos depois. Bom, o próprio Porto conta a história melhor que eu.

Lá é revelada a trágica história do zagueiro (e goleiro!) do alvinegro, Dinorah de Assis, o irmão para quem acabou sobrando uma bala de Euclides, que teve sérios problemas de saúde e acabou se suicidando num rio.

O que o pesquisador não relata no blog (mas falou no programa) é que a coisa tomou uma proporção tal que a antipatia a Dilermando atingiu o próprio Botafogo, que passou vários anos proibido de jogar no estado de São Paulo!

Quanto a Dilermando, apesar de ter sido baleado várias vezes, nos dois atentados, sobreviveu e foi absolvido em ambos. Ana Sólon da Cunha viveu até o fim com o homem que matou seu marido e filho. O casal morreu no mesmo ano, 1951.