Você achou que aquele monte de navios apontando pra Iwo Jima era um exagero pra causar impacto? Camarada, aí vão os dados: em 19 de fevereiro de 1945 (último ano da segunda guerra), nada menos que 880 navios americanos despejaram 110 mil fuzileiros navais na ilha japonesa. Na resistência, 22 mil japoneses. Eu estou falando de 110 mil marines contra 22 mil nipônicos. E a brincadeira ainda durou 35 dias. Tudo isso numa ilha minúscula, importante estrategicamente por abrigar duas pistas de vôo de onde partiam caças do imperador.
Sem mais delongas, o saldo da história: 6891 americanos mortos (embora o filme faça parecer mais, não?). O número de feridos já é um pouco mais significativo: 18 070. Japoneses? Sobraram 212 vivos. Isso mesmo: só 1% dos que defenderam Iwo Jima ficou vivo pra contar a história.
Por falar em contar história, o filme que é vendido como "a visão japonesa da batalha", Cartas de Iwo Jima, a estrear este mês, é baseado na correspondência que o general responsável pela defesa da ilha, Tadamichi Kuribayashi, mantinha com sua família. Um desses relatos: "A batalha está chegando ao fim. Ante a coragem dos oficiais e homens sob meu comando, até os deuses chorariam diante de tanta bravura".
Já "A conquista", como vocês devem saber, é baseado no livro escrito pelo filho de John "Doc" Bradley, um dos três "heróis" da famoso foto (e do filme). O nome do livro (e do filme) é "Flags of our fathers". A versão brasileira acompanha o nome que a película ganhou nos países latinos: "La conquista del honor".O escritor vira personagem e narrador no filme. E suas aparições fazendo entrevistas me lembraram o personagem de Dráuzio Varela em Carandiru, vivido por Luiz Carlos Vasconcelos.
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