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8.2.07

O lado B d'A conquista da honra

Você achou que aquele monte de navios apontando pra Iwo Jima era um exagero pra causar impacto? Camarada, aí vão os dados: em 19 de fevereiro de 1945 (último ano da segunda guerra), nada menos que 880 navios americanos despejaram 110 mil fuzileiros navais na ilha japonesa. Na resistência, 22 mil japoneses. Eu estou falando de 110 mil marines contra 22 mil nipônicos. E a brincadeira ainda durou 35 dias. Tudo isso numa ilha minúscula, importante estrategicamente por abrigar duas pistas de vôo de onde partiam caças do imperador.
Sem mais delongas, o saldo da história: 6891 americanos mortos (embora o filme faça parecer mais, não?). O número de feridos já é um pouco mais significativo: 18 070. Japoneses? Sobraram 212 vivos. Isso mesmo: só 1% dos que defenderam Iwo Jima ficou vivo pra contar a história.
Por falar em contar história, o filme que é vendido como "a visão japonesa da batalha", Cartas de Iwo Jima, a estrear este mês, é baseado na correspondência que o general responsável pela defesa da ilha, Tadamichi Kuribayashi, mantinha com sua família. Um desses relatos: "A batalha está chegando ao fim. Ante a coragem dos oficiais e homens sob meu comando, até os deuses chorariam diante de tanta bravura".
Já "A conquista", como vocês devem saber, é baseado no livro escrito pelo filho de John "Doc" Bradley, um dos três "heróis" da famoso foto (e do filme). O nome do livro (e do filme) é "Flags of our fathers". A versão brasileira acompanha o nome que a película ganhou nos países latinos: "La conquista del honor".O escritor vira personagem e narrador no filme. E suas aparições fazendo entrevistas me lembraram o personagem de Dráuzio Varela em Carandiru, vivido por Luiz Carlos Vasconcelos.

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4.2.07

The rotten lady

O pequeno Charlie foi nada menos que o 12º filho de Mary Ann Cotton a morrer de uma suposta “febre hepática”. O marido e sua mãe também haviam padecido, supostamente, do mesmo mal. A insólita história atraiu a curiosidade da cética Scotland Yard. “Nesse mato tem coelho”.
A exumação do corpo de um dos infelizes garotos pôs fim ao mistério: arsênico. Daí para a confissão foi um pulo: “Matei todos para ganhar o seguro-enterro dado pela coroa. Ganha-se um bom dinheiro desse jeito. Eu sou uma pobre mulher e não tenho como me sustentar”, justificou-se Mary Ann com ar cínico.
A “dama podre”, como os tablóides britânicos se referiam à Mary Ann, foi enforcada em 1873, aos 41 anos.

E uma história minha virou quadrinho, quem diria? Nepotismo rules.