12.12.14
22.11.14
Reaprender a paquerar. Lembre-se: alguém até pode vir até
você, mas tu não é Cantareira pra aguentar três meses de seca, é? Então, não
esqueça: um combo de olhar + sorriso malicioso é mais promissor que match no
Tinder. Abrir a porta do carro e mandar flores não são itens obrigatórios;
ligar no dia seguinte, sim. Dar presentes fofos. Dar teus pulos, mas dar três. Reaprender a namorar. Limpar a gota de ketchup que caiu na coxa dela com a
língua. Putaria no cinema. E no ônibus. Viajar junto, sim! Viajar junto!
Compartilhar o fone de ouvido. Romance. Romance. Entender que nem sempre dá pra
dar duas. Entender que nem sempre dá pra dar uma. D-R. Aguente: não queria
estar preso por vontade? Pazes e – eita – três seguidas. Ler pra ela a passagem
que achou interessante no livro que folheia na livraria. Romance. Dar presentes
safados. Putaria. Ciúme. Viajar junto. Selfie pro instagram. D-R. Outra D-R. Reaprender a paquerar.
13.11.14
É impressão minha ou
É impressão minha
É impressão
É
3.11.14
Por que(m) chora a passageira do avião?
O preço da passagem
A lembrança da massagem
O que não é passageiro
Ou a tristeza extrema
Que não cabe no poema
De Gullar?
Por que(m) chora a passageira do avião?
O leite derramado?
A saudade do amado
Qual gilete na jugular?
Por que(m) chora a passageira do avião?
Não se ria
Mas quem diria
É só o novo Almodóvar
Na mini televisão.
29.9.14
“Ler é libertar a palavra que estava enclausurada no
papel.”
Eu iria além, Wado. Eu diria que "Escrever é libertar a palavra que estava enclausurada no
papel."
A única função do escritor/poeta é a
de “libertar a palavra”, que já estava lá, em algum lugar, gritando pra sair. Nós escribas não temos muito mérito. Afinal é isso que somos: escribas. A gente só dá um trato, e dá o nome a isso de "linguagem". Mas o poder é todo dela: a Ideia.
Às vezes eu tenho a nítida impressão de que, quando uma
ideia quer ser comunicada, ela vai dar um jeito de se libertar. Se ela realmente tiver
força, vai se materializar. Seja em uma peça de teatro, poema, carta para um
jornal, e-mail para uma ex... (cof! cof! cof!)
2.9.14
Às vezes, sai de sintonia - sem razão aparente.
Temos controle sobre o que queremos ouvir - até certo ponto.
Somos pegos de surpresa - para o bem e para o mal.
Imprevisível, quase indomável – ainda bem.
A vida vem em ondas – como o rádio.
5.8.14
300
Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cincoenta,
As sensações renascem de si mesmas sem repouso,
Ôh espelhos, ôh! Pirineus! ôh caiçaras!
Si um deus morrer, irei no Piauí buscar outro!
As sensações renascem de si mesmas sem repouso,
Ôh espelhos, ôh! Pirineus! ôh caiçaras!
Si um deus morrer, irei no Piauí buscar outro!
Abraço no meu leito as milhores palavras,
E os suspiros que dou são violinos alheios;
Eu piso a terra como quem descobre a furto
Nas esquinas, nos táxis, nas camarinhas seus próprios beijos!
E os suspiros que dou são violinos alheios;
Eu piso a terra como quem descobre a furto
Nas esquinas, nos táxis, nas camarinhas seus próprios beijos!
Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cincoenta,
Mas um dia afinal eu toparei comigo...
Tenhamos paciência, andorinhas curtas,
Só o esquecimento é que condensa,
E então minha alma servirá de abrigo.
Mas um dia afinal eu toparei comigo...
Tenhamos paciência, andorinhas curtas,
Só o esquecimento é que condensa,
E então minha alma servirá de abrigo.
Mário de Andrade
28.7.14
30.6.14
Estive em Fortaleza e conheci:
- Uma hippie com pensamentos de direita;
- Um paranaense que estava viajando para esquecer um pé na bunda;
- Um indiano RADICADO em São Francisco com quem mantive o seguinte diálogo:
- Você não tem sotaque indiano.
- Como você percebeu?
- Eu assisto The Big Bang Theory.
26.4.14
Candelária
Bancários
Em O Engenheiro, João Cabral de Melo Neto compara a cidade a um jornal. Fiquei com esse poema na cabeça desde que o conheci, coisa de um ano atrás. Esse trecho em especial, talvez porque previa que não tardaria e a minha "cidade diária" seria outra.
Não tem um dia em que eu não pare alguns minutos para espiar a rua, seja através de janelas ou da varanda. A rua e seus infinitos e imprevisíveis enredos, protagonizados pelos personagens que passam, a pé, de carro, com cachorro - ou, como eu, espiam.
Sim, porque por mais que eu goste de vistas, de profundidade de campo, a rua não teria graça nenhuma sem pessoas.
Assim, o jornal que João Pessoa me entregava era o de um bairro em crescimento. Todo dia um prédio começa a surgir. De dois ou três andares, quase sem exceção. Mas nem todos residenciais: ali a nova igreja católica, um pouco mais longe um novo shopping. Bairro "familiar" o Bancários. Você põe o pé fora de casa e ainda vê pessoas! Tomando uma no bar, levando o filho na escola. Gente, vida. A minha (família), continua ali.
O jornal da Candelária, aqui em Natown, me diz coisas diferentes. Os prédios têm bem mais de três andares e em vez de igreja, a nova arena da Copa dá as caras no horizonte. A impressão é a de um entorno mais desenvolvido, "acabado", não há tantos terrenos baldios. Mas também não há tanta gente na rua. Não chega nem perto da vibração do Bancários. Se for pra comprar com um bairro pessoense, diria que Candelária se assemelha a Miramar. Não chego, porém, a mirar o mar, mas um pedacinho do Parque das Dunas. Melhor que nada.
Mudar foi uma decisão difícil. Mas pesou a ideia de que, em se tendo opção, por que não variar o cardápio informativo? Sem falar que, como diz Cátia de França (que aliás já musicou João Cabral), é da natureza recomeçar.
Bancários
Em O Engenheiro, João Cabral de Melo Neto compara a cidade a um jornal. Fiquei com esse poema na cabeça desde que o conheci, coisa de um ano atrás. Esse trecho em especial, talvez porque previa que não tardaria e a minha "cidade diária" seria outra.
Não tem um dia em que eu não pare alguns minutos para espiar a rua, seja através de janelas ou da varanda. A rua e seus infinitos e imprevisíveis enredos, protagonizados pelos personagens que passam, a pé, de carro, com cachorro - ou, como eu, espiam.
Sim, porque por mais que eu goste de vistas, de profundidade de campo, a rua não teria graça nenhuma sem pessoas.
Assim, o jornal que João Pessoa me entregava era o de um bairro em crescimento. Todo dia um prédio começa a surgir. De dois ou três andares, quase sem exceção. Mas nem todos residenciais: ali a nova igreja católica, um pouco mais longe um novo shopping. Bairro "familiar" o Bancários. Você põe o pé fora de casa e ainda vê pessoas! Tomando uma no bar, levando o filho na escola. Gente, vida. A minha (família), continua ali.
O jornal da Candelária, aqui em Natown, me diz coisas diferentes. Os prédios têm bem mais de três andares e em vez de igreja, a nova arena da Copa dá as caras no horizonte. A impressão é a de um entorno mais desenvolvido, "acabado", não há tantos terrenos baldios. Mas também não há tanta gente na rua. Não chega nem perto da vibração do Bancários. Se for pra comprar com um bairro pessoense, diria que Candelária se assemelha a Miramar. Não chego, porém, a mirar o mar, mas um pedacinho do Parque das Dunas. Melhor que nada.
Mudar foi uma decisão difícil. Mas pesou a ideia de que, em se tendo opção, por que não variar o cardápio informativo? Sem falar que, como diz Cátia de França (que aliás já musicou João Cabral), é da natureza recomeçar.
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7.1.14
Christiano Câmara, um cearense que não tem a conversa chata
"O Cinema Novo é totalmente divorciado do povo."
"O gigante americano está de joelhos. E você não vai imitar quem tá de joelhos."
"A improvisação do Jazz é livre. A do Choro é disciplinada. Essa história de solar livremente é ótimo pra quem executa e péssimo pra quem escuta."
Confira mais no curta abaixo.
http://portacurtas.org.br/filme/?name=rua_da_escadinha_162
"O gigante americano está de joelhos. E você não vai imitar quem tá de joelhos."
"A improvisação do Jazz é livre. A do Choro é disciplinada. Essa história de solar livremente é ótimo pra quem executa e péssimo pra quem escuta."
Confira mais no curta abaixo.
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