Não foi um artigo, notícia ou editorial que me chamou a atenção na página A2 do Correio da Paraíba de ontem. Foi um anúncio publicitário. Na verdade, um anúncio sobre um anúncio.
O anúncio (A1) dizia: Até quem não acredita em nada acredita em propaganda.
O anúncio segue com uma nota sobre outro anúncio (A2):
Ateus lançam campanha no Reino unido
A entidade British Humanist Association (BHA) lançou uma camapanha que atinge 200 ônibus em Londres e outros 600 no resto do Reino Unido para divulgar o ateísmo, por meio do slogan "Provavelmente Deus não existe. Agora, pare de se preocupar e desfrute de sua vida". Os U$ 195 mil investidos na ação, que terá duração de quatro meses, foram arrecadados por doações.
Abaixo da nota, lê-se:
"Fé e direito de expressão não se discutem. Na Inglaterra, os ateus lançaram mão de uma campanha publicitária para divulgar sua crença no fato de que não creem. A própria concorrência, a Igreja, já faz isso por lá há muito tempo. Sem julgar as razões ou o conteúdo de uma campanha de tema tão polêmico, o importante é notar que, em tempos difíceis ou não, a propaganda é sempre fundamental. E nunca fundamentalista. Por isso, se você precisa comunicar, convencer, explicar ou simplesmente vender - seja ideia, princípio, serviço ou produto -, acredite pelo menos em uma coisa: no meio dessa crise mundial, a propaganda é mais do que nunca a resposta. A não ser que você seja mais descrente que os ateus."
O anúncio é da Associação Brasileira de Agências de Publicidade (Abap). O trecho grifado (por mim) é uma confissão da habilidade que os publicitários têm pra chamar atenção sem tomar partido ("nunca fundamentalista"), sem bulir com ninguém, mesmo quando se mete em polêmicas espinhosas como essa. Isso não é novidade. Assim como não é novidade gente se dando bem usando o nome de Deus. Agora, alguém se promover às custas do ateísmo é a primeira vez que eu vejo. Publicidade é isso: a arte de surpreender sempre sem mudar nunca.
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9 comentários:
eu sou mais descrente que os ateus. próxima.
Eu sou o caminho, a verdade e a vida.
E eu existo, oras! Não existo?
Em tempos de crise, a primeira coisa que os publicitários fazem é tentar convencer que não são supérfluos. É uma crença fundamentalista.
oi, Bruno, estou de volta à blogosfera, se puder dá uma olhada lá no meu... não tô achando o link aqui pra acompanhar o teu. tem?
cara, acho que tem que ir nas configurações do blogger. putz, tu tem uns vinte blogs, é difícil acompanhar desse jeito... heheheh
ELE não existe?!
Hum... Então agora só me resta sexo, drogas, trufas e correr atrás do ônibus pra voltar pra realidade.
Juçara fora desacreditada. Era na verdade açaí.
Mesmo assim, ela acreditou em você.
E eles acreditaram que você encontrou uma moça de família.
Até que ela prove o contrário.
"a propaganda é o negócio da alma"
uhuhuhuhuhuhuhuh :P
Também achei intressante o anúncio quando vi no Correio. Mas eu acho que mesmo sem querer eles tomaram um partido porque nas entrelinhas consideraram a propaganda acima da crença em Deus.
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