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1.11.10

Carnaval fora de época

Circunstâncias fizeram com que eu deixasse pra votar no final da tarde, só que exagerei e tive que literalmente correr pra chegar à urna eletrônica no fim do arco-íris, mas pode chamar também de Escola Padre Dehon, na Torre.



Ao contrário do primeiro turno e como era esperado, não tinha fila e o cara que ia votar antes de mim descobriu que já tinham votado por ele. Solução? Ele votou (e assinou) pela pessoa que, supostamente, por distração sua e/ou dos mesários, votou no seu lugar... Os mesários, numa tranquila, numa relax, numa boa, deram o comprovante (do outro) e disseram que não tinha problema. É, e se ele precisar comprovar que votou e levar o documento do outro? Vale? #aiaisónobrasilmesmo

Quando deu 17h liguei na Globo e vi que a boca de urna deu 50% a 50%, o que apontava pra mais um crescimento de última hora de Zé, já que no sábado a pesquisa tinha dado 52% a 48% pro Mago. Fiquei preocupado. Comecei a acompanhar a apuração ali perto, na lanchonete da minha irmã, e pouco tempo depois fui pro comitê de Ricardo, na Epitácio, onde já tinha um bocado de gente e cada vez chegava mais.



Bem cedo, por volta das 18h, já estava claro que o Girassol não perderia mais. Ainda fiquei por ali acompanhando curiosidades sobre a apuração no telão e esperando o futuro governador aparecer. Só lá pelas 21h30, quando Dilma já discursava no Fantástico, anunciaram no carro de som que ele só iria falar no Busto. Peguei uma carona e segui a carreata improvisada até lá.



Muita, muita gente. Algumas pessoas, inclusive, dando a impressão de que estariam ali ganhasse quem ganhasse. As primeiras decepções com "o novo estado de coisas" foram simultâneas à euforia. Carro jogando dezenas de panfletos da campanha laranja no chão, sem dó, carros com "autoridades" passando pelo meio da multidão, onde os de pessoas "normais" não poderiam passar.



Os privilégios começaram cedo. O locutor do trio onde os vencedores discursariam, demonstrava irritação com a quantidade de pessoas que estavam em cima do veículo e as que, no chão, "impediam" a aproximação das "autoridades": "Chamamos aqui a polícia militar porque as pessoas não entendem...". "Pedimos mais uma vez que só fiquem os deputados em cima do palanque, para o nosso governador, o vie-governador e Cássio falarem, e a TV poder filmar!"

Tudo bem que tinha muito babão e gente querendo aparecer ali em cima, gente que, aliás, também dava impressão de que esatria ali ganhasse quem ganhasse, mas acho uma falta de respeito com a militância, nessa hora, só pros cinegrafistas captarem imagens melhores. Mais uma prova de que cada vez mais a política se faz pela TV. O idiota do locutor ficava a todo momento tentando adestrar a plateia: "baixem as bandeiras, façam o 'V' da vitória"... Se empolgar tudo bem, mas virar macaca de auditório já é demais.

Quanto às pessoas que queriam cumprimentar e abraçar Ricardo no chão, eu não vejo nada mais natural, apesar de não ser a minha. Ficaram horas ali esperando, inclusive porque antes ele deu entrevista coletiva, e de repente alguém decide chamar a polícia pra eles abrirem caminho?

Porém a cena mais, digamos, marcante, foi ouvir Ricardo chamando Efraim de "um gigante"...

Mas eu fiquei feliz, sim, e ainda estou. Até porque não acordei de ressaca. De nenhum tipo.

Um comentário:

.ailton. disse...

gigante?! porra! essa foi foda. rapaz, tomara que eu esteja muito enganado sobre a condução política de RC na PB. Não que o véi seria melhor, mas essa aliança com o PSDB me dá pulgas atrás da orelha.