Te deixei só, com a sua dor, como prometi e não sem esforço. Não sem dor.
Escrevi, mas não mostrei. Até porque sempre tem alguém que já disse o que a gente queria dizer, e com muito mais talento.
12.12.08
10.12.08
9.12.08
26.11.08
Da série "Nunca achei que fosse viver pra ver isso"
Logo mais às 22h, horário de Brasília, o Inter de Porto Alegre enfrenta o Estudiantes, da Argentina, pela final da Copa Sulamericana, segundo torneio mais importante do continente.
A Globo resolveu transmitir a partida apenas para Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Os brasileiros que não são do Sul irão assistir "Match Point".
Os executivos da emissora apostam que o filme dará mais audiência do que o jogo daria. Ou seja, Woody Allen é povão.
14.11.08
Qual é a música, maestro?
Yesterday
All my troubles seemed so far away
Now it looks as though they're here to stay
Oh, I believe
In yesterday
Suddenly
I'm not half the man I used to be
There's a shadow hanging over me
Oh, yesterday
Came suddenly
Why she
Had to go I don't know
She wouldn't say
I said
Something wrong now I long
For yesterday
Yesterday
Love was such an easy game to play
Now I need a place to hide away
Oh, I believe
In yesterday
Why she
Had to go I don't know
She wouldn't say
I said
Something wrong now I long
For yesterday
All my troubles seemed so far away
Now it looks as though they're here to stay
Oh, I believe
In yesterday
Suddenly
I'm not half the man I used to be
There's a shadow hanging over me
Oh, yesterday
Came suddenly
Why she
Had to go I don't know
She wouldn't say
I said
Something wrong now I long
For yesterday
Yesterday
Love was such an easy game to play
Now I need a place to hide away
Oh, I believe
In yesterday
Why she
Had to go I don't know
She wouldn't say
I said
Something wrong now I long
For yesterday
24.10.08
Pôquer é vida
Marcelo: Dama de Copas, Rei de Ouro. A aposta mínima é 10. Ele aumenta pra 40.
Almir: 2 de Paus, 7 de Espadas. Paga os 40.
Vem o flop: 5 de Paus, 3 de Copas, Dama de Ouro.
Marcelo aposta 20.
Almir aumenta pra 60.
Marcelo coça o cavanhaque, acende um cigarro, encara o oponente.
Almir ri com as sobrancelhas, esperando calmamente a decisão do outro.
Marcelo desiste.
Almir recolhe as 160 fichas e mostra as cartas.
Marcelo esmurra a mesa: - Não acredito que caí no seu blefe de novo!
Almir, vendo o jogo que o amigo tinha, explica: - Essa é a diferença entre nós, eu nunca abriria mão de um par de damas.
Almir: 2 de Paus, 7 de Espadas. Paga os 40.
Vem o flop: 5 de Paus, 3 de Copas, Dama de Ouro.
Marcelo aposta 20.
Almir aumenta pra 60.
Marcelo coça o cavanhaque, acende um cigarro, encara o oponente.
Almir ri com as sobrancelhas, esperando calmamente a decisão do outro.
Marcelo desiste.
Almir recolhe as 160 fichas e mostra as cartas.
Marcelo esmurra a mesa: - Não acredito que caí no seu blefe de novo!
Almir, vendo o jogo que o amigo tinha, explica: - Essa é a diferença entre nós, eu nunca abriria mão de um par de damas.
17.10.08
Benedito Roque perdeu a conta de quantas vezes percorreu o íngreme percurso que leva ao topo da Pedra da Turmalina, a 400 metros do chão, para instalar a antena que levou as primeiras imagens de TV aos habitantes de Brejo do Cruz, 420 km de João Pessoa. Hoje, ele confessa:
"Essa perdição que a gente tá vendo no mundo é culpa da televisão."
3.10.08
Vida Bohemia
No princípio havia um céu mais estrelado que o costume e uma constelação chamada Órion.
Havia vinho e verdade. Mas ela não quis ver.
Depois, veio a chuva e o céu se escondeu, assim como o mar.
Mas quem se importa? Estamos aqui e não lá fora.
Além do mais, havia uma estrela. Na TV. Solitária, a brilhar sobre um piso que não faz jus aos meus impostos.
Vieram gols e vieram Skols. Mas a estrela mais importante não estava no céu nem na TV. Estava mais perto. E o meu coração de galinha fervia em fogo alto.
Havia vinho e verdade. Mas ela não quis ver.
Depois, veio a chuva e o céu se escondeu, assim como o mar.
Mas quem se importa? Estamos aqui e não lá fora.
Além do mais, havia uma estrela. Na TV. Solitária, a brilhar sobre um piso que não faz jus aos meus impostos.
Vieram gols e vieram Skols. Mas a estrela mais importante não estava no céu nem na TV. Estava mais perto. E o meu coração de galinha fervia em fogo alto.
9.9.08
Quando a noite está vindo e a terra está escura e a lua é a única luz nós vemos não eu não vou ter medo não eu não vou ter medo já que você está a postos por mim, a postos por mim e querida, querida, a postos por mim, oh, agora, agora, a postos por mim, a postos por mim, a postos por mim se o céu que nós olhamos acima deve desmoronar e cair e a montanha deve esmigalhar-se no mar eu não vou chorar, eu não vou chorar, não, eu não vou choupana uma lágrima já que você está a postos, a postos por mim e querida, querida, a postos por mim, oh, a postos por mim, a postos por mim, a postos por mim, a postos por mim, quando quer que você está em problemas você a postos por mim, oh, agora, agora, a postos por mim.
5.9.08
Capitão Soares
Não só já tinha ouvido falar como lido sobre os piratas especializados em filmes (vá lá o termo) de arte em João Pessoa. Parecia uma boa, já que tenho preguiça pra baixar filmes, ou melhor, procurar, ir atrás de legendas, codecs etc.
Mesmo assim ainda não tinha ido atrás dos tais camelôs, talvez porque eu já adquira filmes numa velocidade maior do que os assisto (Old Boy tá dentro da caixa desde o começo de 2007) ou por pura preguiça mesmo.
Foi quando resolvi ir atrás de um filme que só vi um pedaço, há um certo tempo, na antiga TVE, sobre Castr00 Alves. Então fui lá. O cara fica numa escada (numa ESCADA), ao lado do Terceirão, por trás do HSBC. Esses piratas não fazem questão nenhuma de esconder seus tesouros.
E não é que tem BASTANTE coisa lá mesmo? Logo de cara, tudo (ou quase) de Glauber Rocha. Até o raro Barravento, seu primeiro longa, e o polêmico (até para os padrões glauberianos) A idade da Terra. Mas acabei levando Kika (Ver a filmografia completa de Almodóvar, essa novela que eu tenho fé que um dia acaba), Touro Indomável e o documentário Rio de Jano.
E sem Castro Alves, que deixei encomendado. No retorno, recebo a notícia de que ele não conseguiu o filme, o que nos leva a Soares.
Soares está ancorado na Duque de Caxias, ao lado da Emmanuele, de frente pro Ponto de Cem Réis. Um lugar altamente movimentado.
Quando descobri Soares percebi que o Escadinha era café pequeno. Ele não só tem acervo e clientela maiores, como fiquei sabendo (o fato procura o bom repórter como a bola procura o craque) que é ele quem fornece pro Escadinha.
E eu ainda não toquei num ponto importante: o preço. 5 reais qualquer DVD, em um ou em outro. Presenciei uma senhora reclamar do valor e Soares me sai com esta pérola: "Aqui só tem filme do tempo da péda e quanto mais antigo mais caro", com uma expressão no rosto de "Se não quer, tem quem queira."
No caso, eu, que mais uma vez não resisti e comprei Os incompreendidos, primeiro filme de Tr00faut.
Soares tem até funcionário. E é tão profissa que ainda bota o número do telefone no DVD. Se a pirataria fosse legal, Soares seria o homem do ano.
Aliás, esse ramo da pirataria cult é promissor. Sei que tem um cara nesse mesmo esquema atuando no Centro de Passagem, ao lado da C&A, o qual não conheço. Ainda.
Um negócio alimentado por pessoas que, como eu, não dominam o processo de baixar filmes em casa. E ainda tem a vantagem de vir com capinha, o contato humano, a experiência sociológica... Quem quiser se aventurar, o mapa está dado.
Mesmo assim ainda não tinha ido atrás dos tais camelôs, talvez porque eu já adquira filmes numa velocidade maior do que os assisto (Old Boy tá dentro da caixa desde o começo de 2007) ou por pura preguiça mesmo.
Foi quando resolvi ir atrás de um filme que só vi um pedaço, há um certo tempo, na antiga TVE, sobre Castr00 Alves. Então fui lá. O cara fica numa escada (numa ESCADA), ao lado do Terceirão, por trás do HSBC. Esses piratas não fazem questão nenhuma de esconder seus tesouros.
E não é que tem BASTANTE coisa lá mesmo? Logo de cara, tudo (ou quase) de Glauber Rocha. Até o raro Barravento, seu primeiro longa, e o polêmico (até para os padrões glauberianos) A idade da Terra. Mas acabei levando Kika (Ver a filmografia completa de Almodóvar, essa novela que eu tenho fé que um dia acaba), Touro Indomável e o documentário Rio de Jano.
E sem Castro Alves, que deixei encomendado. No retorno, recebo a notícia de que ele não conseguiu o filme, o que nos leva a Soares.
Soares está ancorado na Duque de Caxias, ao lado da Emmanuele, de frente pro Ponto de Cem Réis. Um lugar altamente movimentado.
Quando descobri Soares percebi que o Escadinha era café pequeno. Ele não só tem acervo e clientela maiores, como fiquei sabendo (o fato procura o bom repórter como a bola procura o craque) que é ele quem fornece pro Escadinha.
E eu ainda não toquei num ponto importante: o preço. 5 reais qualquer DVD, em um ou em outro. Presenciei uma senhora reclamar do valor e Soares me sai com esta pérola: "Aqui só tem filme do tempo da péda e quanto mais antigo mais caro", com uma expressão no rosto de "Se não quer, tem quem queira."
No caso, eu, que mais uma vez não resisti e comprei Os incompreendidos, primeiro filme de Tr00faut.
Soares tem até funcionário. E é tão profissa que ainda bota o número do telefone no DVD. Se a pirataria fosse legal, Soares seria o homem do ano.
Aliás, esse ramo da pirataria cult é promissor. Sei que tem um cara nesse mesmo esquema atuando no Centro de Passagem, ao lado da C&A, o qual não conheço. Ainda.
Um negócio alimentado por pessoas que, como eu, não dominam o processo de baixar filmes em casa. E ainda tem a vantagem de vir com capinha, o contato humano, a experiência sociológica... Quem quiser se aventurar, o mapa está dado.
1.9.08
29.8.08
Hoje é dia de luto. Vai ao ar às 20h30 a última edição do Re-Corte Cultural, uma das melhores coisas que surgiram na TV brasileira nos últimos tempos, sem dúvida.
O programa comandado pelo apresentator Michel Melamed é a mais recente vítima da reformulação da TV Brasil. Mudança que começou logo com o nome, saiu o pejorativo "educativa" e foi adicionado esse Brasil, indicando, claro, como esse governo é plural. Um país de todos, uma TV de todos?
Querem deixar a emissora popular, na marra, mas desprezam o fato de quem quer ver TV comercial vai ver TV comercial! Antes do Re-corte, dançaram o "Espaço Público" e o "Cadernos de Cinema". O primeiro, um programa de debates; o segundo tinha um deabte após a exibição de um longa nacional. "Debate", essa palavra que deve soar tão mal aos ouvidos dessa galera que assumiu a TV quanto "educativo".
Sinto que em vez de se popularizar, a TV Brasil corre o risco de perder é o público que tinha, que se acostumou à um canal modesto-porém-honesto, e não conseguir atrair uma nova audiência.
O Re-corte, além de elogiado por Deus e Dedéu, conseguiu criar e manter um público fiel. Do contrário 422 pessoas não se preocupariam em ler este modesto ensaio...
23.8.08
Essa semana participei de uma reuniao com dinâmica de grupo e, como se não bastasse, ainda rolou uns slides de auto-ajuda.
Aliás, taí uma coisa que insiste em não acabar na Internet. As pessoas continuam a repassar e-mails com slides anexos, contendo "mensagens bonitas" e "piadas". Tenho um tio que não só as manda aos montes, como ainda me cobra comentários.
São as mesmas pessoas que ainda acreditam em correntes (teorias da conspiração, campanhas para ajudar criancinhas com câncer, textos atribuídos a LFV ou Jabor). IRC, ICQ e Napster ficaram pelo meio do caminho na luta pela sobrevivência, enquanto a corrente sobreviveu à seleção natural.
Falando nisso, descobri que alguns alunos meus, usuários de internet, não sabiam ou só tinham uma vaga idéia do que era e-mail. Na minha ingenuidade achei que tal fato fosse impossível. Algo como fazer a primeira comunhão sem se batizar. Pra eles, internet se resume a orkut, MSN e jogos.
Será o e-mail o próximo a ficar pelo caminho na evolução?
Não. Afinal, lembrai-vos de que as correntes são imortais.
Aliás, taí uma coisa que insiste em não acabar na Internet. As pessoas continuam a repassar e-mails com slides anexos, contendo "mensagens bonitas" e "piadas". Tenho um tio que não só as manda aos montes, como ainda me cobra comentários.
São as mesmas pessoas que ainda acreditam em correntes (teorias da conspiração, campanhas para ajudar criancinhas com câncer, textos atribuídos a LFV ou Jabor). IRC, ICQ e Napster ficaram pelo meio do caminho na luta pela sobrevivência, enquanto a corrente sobreviveu à seleção natural.
Falando nisso, descobri que alguns alunos meus, usuários de internet, não sabiam ou só tinham uma vaga idéia do que era e-mail. Na minha ingenuidade achei que tal fato fosse impossível. Algo como fazer a primeira comunhão sem se batizar. Pra eles, internet se resume a orkut, MSN e jogos.
Será o e-mail o próximo a ficar pelo caminho na evolução?
Não. Afinal, lembrai-vos de que as correntes são imortais.
17.8.08
O jornalista e escritor Ivan Lessa disse que a cada 15 anos o brasileiro esquece o que aconteceu nos últimos 15 anos. No caso das olimpíadas, é pior: ninguém lembra de quatro anos atrás!
Escrevo isso baseado nos comentários recorrentes de que nossa delegação é um fracasso, só ganha bronze e que Pequim será nosso maior fiasco em todos os tempos. Lembrai-vos de Sidney 2000, onde não ganhamos nenhum ouro, quando podíamos ter sido campeões no Iatismo, Tênis, Futebol, Vôlei... Da seleção de Luxemburgo a Baloubet de Rouet, todos falharam.
Agora, temos já um ouro garantido. Aliás, o primeiro da história da natação pátria: Ciello é o mais rápido do mundo na piscina.
O que se pode esperar do Brasil é isso mesmo, com nossa estrutura débil e pouca tradição. Não entendo porque as pessoas insistem em esperar que façamos frente a Estados Unidos e China. Em algumas modalidades pouco a pouco vamos melhorando, como ginástica e handebol. Em outras já somos potências, caso do vôlei.
Se ainda somos verdes, por outro lado temos uma certa vocação pra amarelar, não dá pra negar. Vejamos o que escrevi em setembro de 2004:
Os quatro maiores fiascos do Brasil em Atenas
Bimba - Podendo chegar em terceiro, para ser Ouro, ou até em 15o, na última regata da classe Mistral, pra ficar com o Bronze, chegou em 17o e ficou em 4o lugar no geral.
Daiane - Favorita no Solo, "aterrisou" mal duas vezes, inclusive saindo do tablado em uma delas. Ficou em quinto.
Jadel Gregório - Um dos grandes favoritos no salto triplo, não chegou nem perto da sua melhor marca e amargou o quinto lugar.
Seleção feminina de vôlei - Vencendo por 24 a 19 no quarto set, permitiu que as russas virassem. E ainda tiveram boas chances de fechar a partida no terceiro e quinto sets. Na disputa do Bronze, perderam novamente, dessa vez pra Cuba, quebrando a sequência de duas medalhas olímpicas seguidas na categoria.
Em tempo: Bimba tá aí de novo na prancha a vela, comendo pelas beiradas, sem banca de favorito, como em Atenas.
Daiane aterrissou fora do tablado e ficou em sexto.
Jadel e o vôlei feminimo continuam favoritos, como em Atenas. Vamo ver no que vai dar.
Escrevo isso baseado nos comentários recorrentes de que nossa delegação é um fracasso, só ganha bronze e que Pequim será nosso maior fiasco em todos os tempos. Lembrai-vos de Sidney 2000, onde não ganhamos nenhum ouro, quando podíamos ter sido campeões no Iatismo, Tênis, Futebol, Vôlei... Da seleção de Luxemburgo a Baloubet de Rouet, todos falharam.
Agora, temos já um ouro garantido. Aliás, o primeiro da história da natação pátria: Ciello é o mais rápido do mundo na piscina.
O que se pode esperar do Brasil é isso mesmo, com nossa estrutura débil e pouca tradição. Não entendo porque as pessoas insistem em esperar que façamos frente a Estados Unidos e China. Em algumas modalidades pouco a pouco vamos melhorando, como ginástica e handebol. Em outras já somos potências, caso do vôlei.
Se ainda somos verdes, por outro lado temos uma certa vocação pra amarelar, não dá pra negar. Vejamos o que escrevi em setembro de 2004:
Os quatro maiores fiascos do Brasil em Atenas
Bimba - Podendo chegar em terceiro, para ser Ouro, ou até em 15o, na última regata da classe Mistral, pra ficar com o Bronze, chegou em 17o e ficou em 4o lugar no geral.
Daiane - Favorita no Solo, "aterrisou" mal duas vezes, inclusive saindo do tablado em uma delas. Ficou em quinto.
Jadel Gregório - Um dos grandes favoritos no salto triplo, não chegou nem perto da sua melhor marca e amargou o quinto lugar.
Seleção feminina de vôlei - Vencendo por 24 a 19 no quarto set, permitiu que as russas virassem. E ainda tiveram boas chances de fechar a partida no terceiro e quinto sets. Na disputa do Bronze, perderam novamente, dessa vez pra Cuba, quebrando a sequência de duas medalhas olímpicas seguidas na categoria.
Em tempo: Bimba tá aí de novo na prancha a vela, comendo pelas beiradas, sem banca de favorito, como em Atenas.
Daiane aterrissou fora do tablado e ficou em sexto.
Jadel e o vôlei feminimo continuam favoritos, como em Atenas. Vamo ver no que vai dar.
1.8.08
Você sabe o que é Smile Shutter?
O Smile Shutter funciona a partir da tecnologia do Face Detection. Ele reconhece o sorriso e, automaticamente, faz a foto. Quando o disparador é pressionado até o final, o Smile Shutter reconhece se a pessoa a ser fotografada está sorrindo e faz automaticamente até 6 fotos seguidas.
15.7.08
Solteira sim, sozinha nunca
Sou garota melancia
e rebolo minha bunda
Os versos acima são do novo hit da Mulher Melancia.
A dançarina que se descobriu cantora esteve envolvida em grande polêmica sobre se iria ou não fazer uma lipo. Foi o assunto mais comentado no país entre a morte de Isabella e essa operação da PF que não sei escrever o nome.
Um autor de novela disse que ela era gorda. Outros, que na verdade ela foi gorda e teria já uma lipo no currículo, o que explicaria sua desproporcionalidade etc.
Andressa Soares, é esse o nome da fruta, está por cima disso tudo, e teria dito a um repórter: "Não sou gorda nem sou magra; sou poeta."
Sou garota melancia
e rebolo minha bunda
Os versos acima são do novo hit da Mulher Melancia.
A dançarina que se descobriu cantora esteve envolvida em grande polêmica sobre se iria ou não fazer uma lipo. Foi o assunto mais comentado no país entre a morte de Isabella e essa operação da PF que não sei escrever o nome.
Um autor de novela disse que ela era gorda. Outros, que na verdade ela foi gorda e teria já uma lipo no currículo, o que explicaria sua desproporcionalidade etc.
Andressa Soares, é esse o nome da fruta, está por cima disso tudo, e teria dito a um repórter: "Não sou gorda nem sou magra; sou poeta."
7.7.08
Belo Horizonte, anos 20
Um grupo de amigos discutia num café sobre a criação de uma revista cultural. Um deles propõe escrever sobre Bidu Sayão, que estreara no Teatro Costanzi de Roma.
- Não vai longe. Uma cantora lírica brasileira fazer sucesso?
O seu ouvinte nem concordou nem discordou. Avistara um amigo seu, leitor voraz, boa conversa. Quis saber se o rapaz de passo curto e rápido e olhar fugidio não queria colaborar com a Leite Crioulo.
- Obrigado, mas quero viajar, conhecer o Brasil. Não quero ser escritor.
Sua voz não indicava sarcasmo, no entanto o nosso crítico de ópera vira naquela resposta ironia e presunção.
- Quem é esse arrogante?
- Chama-se João.
- João Ninguém? - disse, ajeitando os bigodes oleosos.
- João Guimarães Rosa.
Um grupo de amigos discutia num café sobre a criação de uma revista cultural. Um deles propõe escrever sobre Bidu Sayão, que estreara no Teatro Costanzi de Roma.
- Não vai longe. Uma cantora lírica brasileira fazer sucesso?
O seu ouvinte nem concordou nem discordou. Avistara um amigo seu, leitor voraz, boa conversa. Quis saber se o rapaz de passo curto e rápido e olhar fugidio não queria colaborar com a Leite Crioulo.
- Obrigado, mas quero viajar, conhecer o Brasil. Não quero ser escritor.
Sua voz não indicava sarcasmo, no entanto o nosso crítico de ópera vira naquela resposta ironia e presunção.
- Quem é esse arrogante?
- Chama-se João.
- João Ninguém? - disse, ajeitando os bigodes oleosos.
- João Guimarães Rosa.
1.7.08
Entre Deus, o diabo e Dan Brown
Eu só soube este fim de semana, vendo uma entrevista com Fernando Morais na TV Senado, mas já faz um mês que chegou às livrarias a biografia de Paulo Coelho.
Morais, biógrafo de Olga, Fidel e Chatô, ia escrever sobre Chávez mas ao descobrir que outro brasileiro teve a idéia antes dele resolveu apostar no Coelho.
O "mago", que já foi satanista e nunca vai deixar de ser mal-dito, é autor do 14o livro mais vendido da história, O Alquimista, exatamente à frente de O Código da Vinci. O primeiro, claro, é a Bíblia.
O escritor já vendeu no total mais de 100 milhões de exemplares em 160 países. Milagre? Pacto com o demônio..?
3.6.08
O Correio das Artes, suplemento literário do jornal 'A União', perguntou a algumas pessoas o que elas estavam fazendo quarenta anos atrás.
Bráulio Tavares
(escritor)
Em maio de 1968 eu estava vivendo maio de 1968 com força. Ouvia sem parar o Sgt. Pepper’s dos Beatles, os primeiros LPs de Caetano Veloso e dos Mutantes, além de discos recém-lançados de Sidney Miller e Baden Powell. O Cine Distração, nas manhãs de sábado do Capitólio, exibia para uma platéia lotada de gente filmes como O Processo de Orson Welles e Oito e Meio de Fellini. Juntamente com Jakson e Marcos Agra, eu pegava o ônibus até Recife para ver Blow-Up de Antonioni ou Alphaville de Godard no Cinema de Arte Coliseu, em Casa Amarela. As agitações políticas do movimento estudantil me fascinavam sem me entusiasmar, mas pelo menos me induziram a deixar de lado por alguns instantes Kafka e Aldous Huxley, e dedicar algumas horas por dia a ler os jornais, para saber por que diabo Paris estava em chamas. Uma coisa interessante dessa época era que ninguém fazia livros, mostras, exibições ou festivais cujo tema fosse "1928" ou "1948". O país inteiro não estava, como hoje, relembrando datas ou tentando resgatar uma chama perdida no passado. A melhor maneira de entender o que foi 1968 é viver 2008. Com força.
Outros depoimentos e textos sobre o famoso mês podem ser lidos aqui.
Bráulio Tavares
(escritor)
Em maio de 1968 eu estava vivendo maio de 1968 com força. Ouvia sem parar o Sgt. Pepper’s dos Beatles, os primeiros LPs de Caetano Veloso e dos Mutantes, além de discos recém-lançados de Sidney Miller e Baden Powell. O Cine Distração, nas manhãs de sábado do Capitólio, exibia para uma platéia lotada de gente filmes como O Processo de Orson Welles e Oito e Meio de Fellini. Juntamente com Jakson e Marcos Agra, eu pegava o ônibus até Recife para ver Blow-Up de Antonioni ou Alphaville de Godard no Cinema de Arte Coliseu, em Casa Amarela. As agitações políticas do movimento estudantil me fascinavam sem me entusiasmar, mas pelo menos me induziram a deixar de lado por alguns instantes Kafka e Aldous Huxley, e dedicar algumas horas por dia a ler os jornais, para saber por que diabo Paris estava em chamas. Uma coisa interessante dessa época era que ninguém fazia livros, mostras, exibições ou festivais cujo tema fosse "1928" ou "1948". O país inteiro não estava, como hoje, relembrando datas ou tentando resgatar uma chama perdida no passado. A melhor maneira de entender o que foi 1968 é viver 2008. Com força.
Outros depoimentos e textos sobre o famoso mês podem ser lidos aqui.
17.5.08
Histórico!!!!!!!!!
Aí galere, com quatro anos de atraso pus o Marginal na rede.
Trata-se do documentário que fiz sobre o meu irmão, Shiko, como trabalho de conclusão do curso de jornalismo.
Tá aí, em duas fatias:
E eu também disponibilizei no Overmundo, pra quem quiser baixar, a minha mais recente monografia, um ensaio sobre o programa Recorte Cultural.
Doze pessoas já baixaram. É mais do que alguns livros conseguem vender.
Trata-se do documentário que fiz sobre o meu irmão, Shiko, como trabalho de conclusão do curso de jornalismo.
Tá aí, em duas fatias:
E eu também disponibilizei no Overmundo, pra quem quiser baixar, a minha mais recente monografia, um ensaio sobre o programa Recorte Cultural.
Doze pessoas já baixaram. É mais do que alguns livros conseguem vender.
13.5.08
Ouvi falar que é recomendável pular uma linha entre os parágrafos nos textos escritos para a Web. Não sei, acho que se o texto é chato ou não, não é uma linha de espaço que faz diferença.
Ou faz?
Ou faz?
9.5.08
6.5.08
Maio de 68
Uma fábula contada às crianças, tão presente no inconsciente da nação quanto a Revolução Francesa de 1789, a dominação alemã durante a Segunda Guerra, o Louvre, Coco Chanel e o General Charles De Gaulle.
O grande maio francês teve início, na verdade, em março. Exatamente no dia 22, quando 150 estudantes da Universidade de Nanterre ocuparam o escritório da administração local. Poucos dias depois, formariam um grupo anarquista. Entre eles, o rapaz que seria o rosto e a voz de maio: o alemão Daniel Cohn-Bendit. Danny, le Rouge, o comunista que entrou em choque – explosivo – contra o governo francês. O que se seguiu foi um efeito cascata. As universidades entraram em greve. Já em maio, no dia 3, um choque entre policiais e alunos da Sorbonne resulta na prisão de 596 pessoas. Quatro dias depois, trinta mil desfilam pelas ruas da cidade cantando a Internacional Comunista. No dia 10, as coisas pioraram, e surgem as imagens conhecidas. As ruas do Quartier Latin se transformando em pedras amontoadas e usadas em uma espécie de guerrilha urbana. São 60 barricadas. A ação das tropas oficiais têm como saldo 367 feridos graves (251 policiais) e 188 viaturas destruídas. O governo declara que "a desordem é resultado de uma ideologia confusa. Anarquista, Castrista, Maoísta. Tudo se mistura no niilismo dessas pessoas". De Gaulle sabe que esses jovens o querem fora, e os operários se unem a eles no dia 13 com uma greve geral. Uns pedem um novo Estado, seguindo o modelo da China de Mao. Outros, um conselho de operários. Concordavam em um ponto: não desejam capitalismo ou mercado.
No dia 27, os líderes assinaram com o governo o Accords de Grenelle. Em 30, há uma pomposa manifestação pró-De Gaulle, que se refletiria nas eleições do mês seguinte, quando a situação ganhou de lavada, conquistando 3/4 da Assembléia Nacional.
Herança? Para uns, 68 foi a última chance de revolução. Para outros, um grande momento de ingenuidade. Segundo um terceiro grupo, "uma coisa que ninguém sabe ao certo".
*O ex-vermelho Cohn-Bendit é hoje uma liderança do Partido Verde.
*"Terra em Transe", de Glauber Rocha, é um dos filmes que influenciaram o movimento, ao lado de "A chinesa", de Godard, e "Antes da Revolução", de Bernardo Bertolucci.
O grande maio francês teve início, na verdade, em março. Exatamente no dia 22, quando 150 estudantes da Universidade de Nanterre ocuparam o escritório da administração local. Poucos dias depois, formariam um grupo anarquista. Entre eles, o rapaz que seria o rosto e a voz de maio: o alemão Daniel Cohn-Bendit. Danny, le Rouge, o comunista que entrou em choque – explosivo – contra o governo francês. O que se seguiu foi um efeito cascata. As universidades entraram em greve. Já em maio, no dia 3, um choque entre policiais e alunos da Sorbonne resulta na prisão de 596 pessoas. Quatro dias depois, trinta mil desfilam pelas ruas da cidade cantando a Internacional Comunista. No dia 10, as coisas pioraram, e surgem as imagens conhecidas. As ruas do Quartier Latin se transformando em pedras amontoadas e usadas em uma espécie de guerrilha urbana. São 60 barricadas. A ação das tropas oficiais têm como saldo 367 feridos graves (251 policiais) e 188 viaturas destruídas. O governo declara que "a desordem é resultado de uma ideologia confusa. Anarquista, Castrista, Maoísta. Tudo se mistura no niilismo dessas pessoas". De Gaulle sabe que esses jovens o querem fora, e os operários se unem a eles no dia 13 com uma greve geral. Uns pedem um novo Estado, seguindo o modelo da China de Mao. Outros, um conselho de operários. Concordavam em um ponto: não desejam capitalismo ou mercado.
No dia 27, os líderes assinaram com o governo o Accords de Grenelle. Em 30, há uma pomposa manifestação pró-De Gaulle, que se refletiria nas eleições do mês seguinte, quando a situação ganhou de lavada, conquistando 3/4 da Assembléia Nacional.
Herança? Para uns, 68 foi a última chance de revolução. Para outros, um grande momento de ingenuidade. Segundo um terceiro grupo, "uma coisa que ninguém sabe ao certo".
*O ex-vermelho Cohn-Bendit é hoje uma liderança do Partido Verde.
*"Terra em Transe", de Glauber Rocha, é um dos filmes que influenciaram o movimento, ao lado de "A chinesa", de Godard, e "Antes da Revolução", de Bernardo Bertolucci.
4.5.08
Paraíba Masculina Governador Macho Sim Sinhô
Se você ainda não sabe do que eu estou falando, descubra aqui.
1.5.08
Maio de 2008
Resumo
Este ensaio analisa o Recorte Cultural, programa exibido na TV Brasil e apresentado pelo escritor, ator e autor de teatro Michel Melamed. Baseado em uma pesquisa bibliográfica sobre televisão, estética, jornalismo cultural, discute-se o caráter experimental do programa. Melamed é objeto de uma breve investigação biográfica, onde é destacada a relação de sua atuação como artista com a estética do programa. A distribuição de funções na equipe indica um prevalecimento da edição sobre os outros aspectos da produção. São analisadas detalhadamente cinco edições do “Recorte”, de onde se extraem comentários acerca dos vários quadros que constituem o programa. É feita ainda uma reflexão sobre gêneros televisivos e aproveitamento do potencial da televisão enquanto mídia. Por fim, levanta-se a discussão se o "Recorte" apenas aborda e difunde a arte ou se ele também se constitui em um produto de valor artístico.
Este ensaio analisa o Recorte Cultural, programa exibido na TV Brasil e apresentado pelo escritor, ator e autor de teatro Michel Melamed. Baseado em uma pesquisa bibliográfica sobre televisão, estética, jornalismo cultural, discute-se o caráter experimental do programa. Melamed é objeto de uma breve investigação biográfica, onde é destacada a relação de sua atuação como artista com a estética do programa. A distribuição de funções na equipe indica um prevalecimento da edição sobre os outros aspectos da produção. São analisadas detalhadamente cinco edições do “Recorte”, de onde se extraem comentários acerca dos vários quadros que constituem o programa. É feita ainda uma reflexão sobre gêneros televisivos e aproveitamento do potencial da televisão enquanto mídia. Por fim, levanta-se a discussão se o "Recorte" apenas aborda e difunde a arte ou se ele também se constitui em um produto de valor artístico.
28.4.08
Rubião meteu-se na sala, e ainda uma vez leu o bilhete de Sofia. Cada palavra dessa página inesperada era um mistério; a assinatura uma capitulação. Sofia apenas; nenhum outro nome da família ou do casal. Verdadeira amiga era evidentemente uma metáfora. Rubião viu, sentiu, palpou tudo pela única força do instinto e deu por si beijando o papel, - digo mal, beijando o nome, o nome dado na pia de batismo, repetido pela mãe, entregue ao marido como parte da esciruta moral do casamento, e agora roubado a todas essas origens e posses para lhe ser mandado a ele, no fim duma folha de papel... Sofia! Sofia! Sofia!
23.4.08
18.4.08
Você já desistiu de aprender alguma coisa com na tal cadeira. É a última que falta pra você se formar (além do TCC) e quer mais é se livrar dela. Passando já tá tranquilo.
Aí você precisa fazer um trabalho em grupo. Escreve umas besteirinhas e dá umas sugestões só pra não dizerem que você não fez nada. Confia na galera que vai formatar o trabalho, que no caso é o projeto de desenvolvimento de um programa de TV.
Aí a porra chega por email e eu me deparo com perólas do tipo:
"O ambiente de marketing de uma empresa é constituído de participantes e forças externas a ele que afetam a capacidade da administração de marketing de desenvolver e manter bons relacionamentos com seus clientes-alvo."
http://img208.imageshack.us/img208/9539/contekm4.jpg
Aí você precisa fazer um trabalho em grupo. Escreve umas besteirinhas e dá umas sugestões só pra não dizerem que você não fez nada. Confia na galera que vai formatar o trabalho, que no caso é o projeto de desenvolvimento de um programa de TV.
Aí a porra chega por email e eu me deparo com perólas do tipo:
"O ambiente de marketing de uma empresa é constituído de participantes e forças externas a ele que afetam a capacidade da administração de marketing de desenvolver e manter bons relacionamentos com seus clientes-alvo."
http://img208.imageshack.us/img208/9539/contekm4.jpg
15.4.08
O cigarro como você nunca viu (e provavelmente não vai ver)
Em uma cena do clássico O Dia em que a terra parou, um senhor aparece na TV dando a notícia que havia um ET entre nós, coisa e tal. Acontece que o cidadão em questão usava um chapéu!
Difícil imaginar um âncora assim? Basta pensar em Churchill ocupando a cadeira de William Bonner.
Bem, os chapéus não são mais vistos nos telejornais, bem como os cigarros.
Cigarros? Sim. Difícil imaginar que se podia fumar num estúdio quando hoje só faltam proibir o fumo nos bares. Ah, não falta mais..
Eu descobri que o teletabagismo era comum quando vi uma reprise de um Roda Viva de 1992, se não me engano, em que o entrevistado era Raul Cortez. Fiquei de cara quando vi que tanto o entrevistado quanto parte dos entrevistadores pontuavam as frases com fumaça.
E eu relembrei isso lendo On camera - o curso de produção de filme e vídeo da BBC, de Harris Watts. No capítulo dedicado à entrevista, entre as sugestões do autor esbarrei no seguinte trecho, que passa raspando no nonsense:
Fumo
Cigarros
Aviso: cigarros podem prejudicar seriamente sua entrevista, bem como seu entrevistado. É um prejuízo ao seu programa - assim como para a saúde - que só aparecerá mais tarde.
Na hora de gravar a entrevista, o fumo pode parecer uma boa idéia. Relaxa o entrevistado, ele fica com algo para segurar, torna-o mais natural. O galho começa quando você tenta enxugar a entrevista na edição. Invariavelmente você descobre que não pode fazer cortes, pois numa tomada ele está com o cigarro na boca e na outra, não, ou vice-versa.
E você também descobre que o cigarro aceso atua como um cronômetro para a aduiência. Ele dá ao espectador uma forma de medir a passagem do tempo na tela, assim se o cigarro aparece menor (ou mesmo maior) após cada edição o espectador poderá perceber melhor o que você tirou ou deixou no programa...
Cachimbos
O cachimbo é mais seguro, inclusive para a saúde. Ao menos o espectador não consegue calcular a passagem do tempo. Embora você possa apostar que, na hora de editar a entrevista, o cachimbo estará em lugares diferentes nas duas tomadas que você quer juntar.
Charutos
Os charutos ficam no meio-termo - dão menos problemas que os cigarros (queimam mais devagar) e são mais trabalhosos que os cachimbos (entram e saem da boca com mais freqüência).
Difícil imaginar um âncora assim? Basta pensar em Churchill ocupando a cadeira de William Bonner.
Bem, os chapéus não são mais vistos nos telejornais, bem como os cigarros.
Cigarros? Sim. Difícil imaginar que se podia fumar num estúdio quando hoje só faltam proibir o fumo nos bares. Ah, não falta mais..
Eu descobri que o teletabagismo era comum quando vi uma reprise de um Roda Viva de 1992, se não me engano, em que o entrevistado era Raul Cortez. Fiquei de cara quando vi que tanto o entrevistado quanto parte dos entrevistadores pontuavam as frases com fumaça.
E eu relembrei isso lendo On camera - o curso de produção de filme e vídeo da BBC, de Harris Watts. No capítulo dedicado à entrevista, entre as sugestões do autor esbarrei no seguinte trecho, que passa raspando no nonsense:
Fumo
Cigarros
Aviso: cigarros podem prejudicar seriamente sua entrevista, bem como seu entrevistado. É um prejuízo ao seu programa - assim como para a saúde - que só aparecerá mais tarde.
Na hora de gravar a entrevista, o fumo pode parecer uma boa idéia. Relaxa o entrevistado, ele fica com algo para segurar, torna-o mais natural. O galho começa quando você tenta enxugar a entrevista na edição. Invariavelmente você descobre que não pode fazer cortes, pois numa tomada ele está com o cigarro na boca e na outra, não, ou vice-versa.
E você também descobre que o cigarro aceso atua como um cronômetro para a aduiência. Ele dá ao espectador uma forma de medir a passagem do tempo na tela, assim se o cigarro aparece menor (ou mesmo maior) após cada edição o espectador poderá perceber melhor o que você tirou ou deixou no programa...
Cachimbos
O cachimbo é mais seguro, inclusive para a saúde. Ao menos o espectador não consegue calcular a passagem do tempo. Embora você possa apostar que, na hora de editar a entrevista, o cachimbo estará em lugares diferentes nas duas tomadas que você quer juntar.
Charutos
Os charutos ficam no meio-termo - dão menos problemas que os cigarros (queimam mais devagar) e são mais trabalhosos que os cachimbos (entram e saem da boca com mais freqüência).
11.4.08
8.4.08
Ódio de rastros
Eu sou basicamente um leitor de livros usados e quando a gente pega um livro que já passou por outras mãos costuma topar com desenhos, sublinhados e toda sorte de ruídos.
Reparo nessas coisas e fico viajando sobre como a pessoa interagiu com a obra, através desses "rastros". Insights revelados através de 'frases de efeito' ou poemas; frases circuladas acompanhadas do significados no dicionário... Aliás, estive lendo "Dialética da colonização", em que todo parágrafo tinha pelo menos uma palavra circulada, com tal fim. Compreensível, já que se trata de Alfredo Bosi, autor de construções como:
"Um erudito estudioso dos rituais hierogâmicos e dos himeneus licenciosos da Grécia arcaica, o filólogo Armando Plebe, demonstrou, em La nascita del comico, como os povos mediterrâneos passaram do gesto franco dos cortejos fálicos, auspiciadores de sementeiras fecundas, ao riso malicioso dos ritos nupciais secretos, para, enfim, explodir em motejos desbocados nas invectivas que pontuam a sátira e a comédia na pólis clássica e alexandrina."
Tem outro, emprestado da Biblioteca Central, que também encontra-se totalmenete poluído. Até aí nada de mais. Então eu leio: "Na televisão, o veículo é a expressão, o meio é definitivamente a mensagem", e noto que o trecho estava sublinhado e havia uma seta apontando para a seguinte expressão, escrita com grafite: "Top 5".
O que a moça (sei que é mulher pela caligrafia) quis dizer? Que é uma das 5 melhores frases do livro? Uma das 5 melhores que ela já leu na vida..?
Reparo nessas coisas e fico viajando sobre como a pessoa interagiu com a obra, através desses "rastros". Insights revelados através de 'frases de efeito' ou poemas; frases circuladas acompanhadas do significados no dicionário... Aliás, estive lendo "Dialética da colonização", em que todo parágrafo tinha pelo menos uma palavra circulada, com tal fim. Compreensível, já que se trata de Alfredo Bosi, autor de construções como:
"Um erudito estudioso dos rituais hierogâmicos e dos himeneus licenciosos da Grécia arcaica, o filólogo Armando Plebe, demonstrou, em La nascita del comico, como os povos mediterrâneos passaram do gesto franco dos cortejos fálicos, auspiciadores de sementeiras fecundas, ao riso malicioso dos ritos nupciais secretos, para, enfim, explodir em motejos desbocados nas invectivas que pontuam a sátira e a comédia na pólis clássica e alexandrina."
Tem outro, emprestado da Biblioteca Central, que também encontra-se totalmenete poluído. Até aí nada de mais. Então eu leio: "Na televisão, o veículo é a expressão, o meio é definitivamente a mensagem", e noto que o trecho estava sublinhado e havia uma seta apontando para a seguinte expressão, escrita com grafite: "Top 5".
O que a moça (sei que é mulher pela caligrafia) quis dizer? Que é uma das 5 melhores frases do livro? Uma das 5 melhores que ela já leu na vida..?
5.4.08
Fórmula 1?
Acompanhe a tabela de vencedores das 34 provas da Corrida Maluca:
A Quadrilha da Morte –– 4
Caipira Luke e seu urso –– 4
Penélope Charmosa ––4
Peter Perfeito –– 4
Barão Vermelho –– 3
Irmãos Rocha –– 3
O cupê mal-assombrado –– 3
Professor Aéreo –– 3
Rufus Lenhador –– 3
Soldado Meekly e Sargento Bombarda –– 3
Dick Vigarista e Muttley –– 0
É difícil dizer quem seria o campeão da Corrida Maluca porque raramente é mostrada a ordem de chegada após os três primeiros, mas se usarmos a pontuação utilizada na Fórmula 1 para os três primeiros de cada corrida teríamos a seguinte classificação:
1º Irmãos Rocha - 112 pontos
2º Rufus Lenhador - 102 pontos
3º Coupé Assombrado - 98 pontos
4º Quadrilha de Morte - 92 pontos
5º Penélope Charmosa - 86 pontos
6º Max Vermelho 80 pontos
7º Professor Aéreo - 76 pontos
8º Carroça à Vapor - 72 pontos
9º Peter Perfeito - 68 pontos
10º Carro Tanque - 38 pontos
11º Dick Vigarista - 0 pontos
Dick Vigarista consegue vencer uma corrida, mas é desclassificado por ter trapaceado, dando a vitória a Penélope Charmosa.
A Quadrilha da Morte –– 4
Caipira Luke e seu urso –– 4
Penélope Charmosa ––4
Peter Perfeito –– 4
Barão Vermelho –– 3
Irmãos Rocha –– 3
O cupê mal-assombrado –– 3
Professor Aéreo –– 3
Rufus Lenhador –– 3
Soldado Meekly e Sargento Bombarda –– 3
Dick Vigarista e Muttley –– 0
É difícil dizer quem seria o campeão da Corrida Maluca porque raramente é mostrada a ordem de chegada após os três primeiros, mas se usarmos a pontuação utilizada na Fórmula 1 para os três primeiros de cada corrida teríamos a seguinte classificação:
1º Irmãos Rocha - 112 pontos
2º Rufus Lenhador - 102 pontos
3º Coupé Assombrado - 98 pontos
4º Quadrilha de Morte - 92 pontos
5º Penélope Charmosa - 86 pontos
6º Max Vermelho 80 pontos
7º Professor Aéreo - 76 pontos
8º Carroça à Vapor - 72 pontos
9º Peter Perfeito - 68 pontos
10º Carro Tanque - 38 pontos
11º Dick Vigarista - 0 pontos
Dick Vigarista consegue vencer uma corrida, mas é desclassificado por ter trapaceado, dando a vitória a Penélope Charmosa.
1.4.08
Não é 1 de abril, hein!
Após dois anos e meio, o Fenart está de volta.
Veja aqui a programação, que na minha opinião não fica a dever a edições passadas, fazendo um balanço geral.
Tirem suas conclusões; façam seus programas.
Veja aqui a programação, que na minha opinião não fica a dever a edições passadas, fazendo um balanço geral.
Tirem suas conclusões; façam seus programas.
23.3.08
19.3.08
Fake ameaçado de cassação
A Paraíba é um estado tranqüilo. Tão tranqüilo que a Secretaria de Segurança pode se dar ao luxo de se dedicar a coisas assim:
Secretaria de Segurança vai apurar 'fake' de Cássio no Orkut
Secretaria de Segurança vai apurar 'fake' de Cássio no Orkut
13.3.08
"Todas as criaturas quantas há no mundo se reduzem a quatro gêneros: criaturas racionais, como os homens; criaturas sensitivas, como os animais; criaturas vegetativas, como as plantas; criaturas insensíveis, como as pedras; e não há mais. Faltou alguma destas que se não armasse contra o semeador? Nenhuma. A natureza insensível o perseguiu nas pedras, a vegetativa nos espinhos, a sensitiva nas aves, a racional nos homens. E notai a desgraça do trigo, que onde só podia esperar razão, ali achou maior agravo. As pedras secaram-no, os espinhos afogaram-no, as aves comeram-no; e os homens? Pisaram-no: Conculcatum est. Quando Cristo mandou pregar os apóstolos pelo Mundo, disse-lhes desta maneira: Ide, e pregai a toda a criatura. Como assim, Senhor? Os animais não são criaturas? As árvores não são criaturas? As pedras não são criaturas? Pois hão os apóstolos de pregar às pedras? Hão de pregar aos troncos? Hão de pregar aos animais? Sim, diz São Gregório, depois de Santo Agostinho. Porque como os apóstolos iam pregar a todas as nações do Mundo, muitas delas bárbaras e incultas, haviam de achar homens brutos, haviam de achar homens troncos, haviam de achar homens pedras. E quando os pregadores evangélicos vão pregar a toda a criatura, que se armem contra eles todas as criaturas? Grande desgraça!"
Adoro as metáforas do Padre Vieira.
Adoro as metáforas do Padre Vieira.
23.2.08
Nunca fomos colonizados, fizemos foi putaria
Esqueça tudo o que você já viu, leu ou ouviu sobre ratoeiras, orgias, bacanais, surubas ou festinhas em repúblicas.
"O ambiente em que começou a vida brasileira foi de quase intoxicação sexual. O europeu saltava em terra escorregando em índia nua; os próprios padres da Companhia [de Jesus] precisavam descer com cuidado, senão atolavam o pé na carne. Muitos clérigos deixaram-se contaminar pela devassidão. As mulheres eram as primeiras a se entregar aos brancos, as mais ardentes indo esfregar-se nas pernas desses que supunham deuses. Davam-se ao europeu por um pente ou um caco de espelho."
Gilberto Freyre, Casa-grande e senzala
"...aqui, onde as mulheres andam nuas e não sabem se negar a ninguém, mas até elas mesmas cometem e importunam os homens, jogando-se com eles nas redes porque têm por honra dormir com cristãos."
José de Anchieta, Cartas
"O ambiente em que começou a vida brasileira foi de quase intoxicação sexual. O europeu saltava em terra escorregando em índia nua; os próprios padres da Companhia [de Jesus] precisavam descer com cuidado, senão atolavam o pé na carne. Muitos clérigos deixaram-se contaminar pela devassidão. As mulheres eram as primeiras a se entregar aos brancos, as mais ardentes indo esfregar-se nas pernas desses que supunham deuses. Davam-se ao europeu por um pente ou um caco de espelho."
Gilberto Freyre, Casa-grande e senzala
"...aqui, onde as mulheres andam nuas e não sabem se negar a ninguém, mas até elas mesmas cometem e importunam os homens, jogando-se com eles nas redes porque têm por honra dormir com cristãos."
José de Anchieta, Cartas
13.2.08
Notícia ruim pra quem gosta de más notícias
Passou quase despercebido, mas no último dia 1 o juiz da 28ª Vara Criminal do Rio, Jorge Le Cocq, condenou os pitboys que agrediram a doméstica Sirlei Dias na Barra da Tijuca, em junho passado.
"A maior pena foi para Rodrigo dos Santos Bassalo da Silva, que ficará preso sete anos e quatro meses em regime fechado. Ele e Leonardo de Andrade, que foi condenado a seis anos e oito meses, já respondem a ações penais por roubo com arma de fogo em outras varas criminais. Leonardo também cumprirá a pena em regime fechado. Júlio Ferreira também ficará preso por seis anos e oito meses, e Rubens Arruda Bruno e Felipe Nery Neto vão cumprir seis anos, em regime semi-aberto."
CBN e O Globo Online
Cabe recurso, mas com exceção de Felipe, os agressores tiveram habeas corpus negados e vão aguardar novo julgamento vendo o sol nascer quadrado. Aliás, eles já estavam presos antes dessa decisão.
A cobertura do julgamento foi discreta. Um pouco por causa do Carnaval, mas principalmente, acredito, porque notícias boas vindas de qualquer um dos três poderes não dá ibope. O esporte preferido dos brasileiros é falar mal do Brasil.
Se, como todos falam, a regra no nosso país é a corrupção e a impunidade, por que então não abordar o excepcional, pra variar, que é ver a justiça cumprida?
Há um certo prazer, ou alívio, ou sei lá o quê em saber que um crime não foi punido. Todos fingem revolta, mas no fundo é como uma absolvição prévia e geral pra qualquer delito.
É sentir que, se eu sonego imposto, traio minha esposa ou enveneno o cachorro do vizinho, há quem faça muito pior do que eu e nada acontece. E assim tudo é permitido abaixo do Equador.
"A maior pena foi para Rodrigo dos Santos Bassalo da Silva, que ficará preso sete anos e quatro meses em regime fechado. Ele e Leonardo de Andrade, que foi condenado a seis anos e oito meses, já respondem a ações penais por roubo com arma de fogo em outras varas criminais. Leonardo também cumprirá a pena em regime fechado. Júlio Ferreira também ficará preso por seis anos e oito meses, e Rubens Arruda Bruno e Felipe Nery Neto vão cumprir seis anos, em regime semi-aberto."
CBN e O Globo Online
Cabe recurso, mas com exceção de Felipe, os agressores tiveram habeas corpus negados e vão aguardar novo julgamento vendo o sol nascer quadrado. Aliás, eles já estavam presos antes dessa decisão.
A cobertura do julgamento foi discreta. Um pouco por causa do Carnaval, mas principalmente, acredito, porque notícias boas vindas de qualquer um dos três poderes não dá ibope. O esporte preferido dos brasileiros é falar mal do Brasil.
Se, como todos falam, a regra no nosso país é a corrupção e a impunidade, por que então não abordar o excepcional, pra variar, que é ver a justiça cumprida?
Há um certo prazer, ou alívio, ou sei lá o quê em saber que um crime não foi punido. Todos fingem revolta, mas no fundo é como uma absolvição prévia e geral pra qualquer delito.
É sentir que, se eu sonego imposto, traio minha esposa ou enveneno o cachorro do vizinho, há quem faça muito pior do que eu e nada acontece. E assim tudo é permitido abaixo do Equador.
10.2.08
Com qual celebridade você se parece?
Segundo esse site, Tom Cruise, Hugh Jackman (Wolverine) e até Kate Winslet são meus sósias.
Sentiram a credibilidade?
Sentiram a credibilidade?
7.2.08
Post de cinzas
Histórias de verão 5: Bandeira Branca
Ele: tirolês. Ela: odalisca. Eram de culturas muito diferentes, não podia dar certo. Mas tinham só quatro anos e se entenderam. No mundo dos quatro anos todos se entendem, de um jeito ou de outro. Em vez de dançarem, pularem e entrarem no cordão, resistiram a todos os apelos desesperados das mães e ficaram sentados no chão, fazendo um montinho comum de confete, serpentina e poeira, até serem arrastados para casa, sob ameaças de jamais serem levados a outro baile de carnaval.
Encontraram-se de novo no baile infantil do clube do ano seguinte. Ele com o mesmo tirolês, agora apertado nos fundilhos, ela de egípcia. Tentaram recomeçar o montinho, mas desta vez as mães reagiram e os dois foram obrigados e dançar, pular e entrar no cordão, sob ameaça de levarem uns tapas. Passaram o tempo todo de mãos dadas.
Só no terceiro carnaval se falaram.
- Como é teu nome?
- Janice. E o teu?
- Píndaro.
- O que?!
- Píndaro.
- Que nome!
Ele de legionário romano, ela de índia americana.
Só no sétimo baile (pirata, chinesa) desvendaram o mistério de só se encontrarem no carnaval e nunca se encontrarem no clube, no resto do ano. Ela morava no interior, vinham visitar uma tia no carnaval, a tia é que era sócia.
- Ah.
Foi o ano em que ele preferiu ficar com a sua turma, tentando encher a boca das meninas de confete, e ela ficou na mesa, brigando com a mãe, se recusando a brincar, o queixo enterrado na gola alta do vestido de imperadora. Mas quase no fim do baile, na hora do "Bandeira Branca", ele veio, e a puxou pelo braço, e os dois foram para o meio do salão, abraçados. E quando se despediram ela o beijou na face, disse "Até o carnaval que vem" e saiu correndo.
No baile do ano em que fizeram 13 anos, pela primeira vez as fantasias dos dois combinaram. Toureiro e bailarina espanhola. Formavam um casal! Beijaram-se muito, quando as mães não estavam olhando. Até na boca. Na hora da despedida, ele pediu:
- Me dá alguma coisa.
- O que?
- Qualquer coisa.
- O leque!
O leque da bailarina. Ela diria para a mãe que o tinha perdido no salão.
No ano seguinte ela não apareceu no baile. Ele ficou o tempo toda à sua aprocura, um havaiano desconsolado. Não sabia nem como perguntar por ela. Não conhecia a tal tia. Passara um ano inteiro pensando nela, às vezes tirando o leque do seu esconderijo para cheirá-lo, antegozando o momento de encontrá-la outra vez no baile. E ela não apareceu. Marcelão, o mau elemento da sua turma, tinha levado gim para misturar com o guaraná. Ele bebeu demais. Teve que ser carregado para casa. Acordou na sua cama sem lençol, que estava sendo lavado. O que acontecera?
- Você vomitou a alma - disse a mãe.
Era exatamente como se sentia. Como alguém que vomitara a alma e nunca a teria de volta. Nunca. Nem o leque tinha mais do cheiro dela.
Mas no ano seguinte ele foi ao baile dos adultos no clube - e lá estava ela! Quinze anos. Uma moça. Peitos, tudo. Uma fantasia indefinida.
- Sei lá. Bávara tropical - disse ela, rindo.
Estava diferente. Não era só o corpo. Menos tímida, o riso mais solto. Contou que faltara no ano anterior porque a avó morrera, logo no carnaval.
- E aquela bailarina espanhola?
- Nem me fala. E o toureiro?
- Aposentado.
A fantasia dele era de nada. Camisa florida, bermudas, finalmente um brasileiro. Ela estava com um grupo. Primos, amigos dos primos. Todos vagamente bávaros. Quando ela o apresentou ao grupo alguém disse "Píndaro?!" e todos caíram na risada. Ele viu que ela estava rindo também. Deu uma desculpa e afastou-se. Foi procurar o Marcelão. O Marcelão anunciara que levaria várias garrafas presas nas pernas, escondidas sob as calças da fantasia de sultão. O Marcelão tinha o que ele precisava para encher o buraco deixado pela alma. Quinze anos, pensou ele, e já estou perdendo todas as ilusões da vida, começando pelo carnaval. Não devo chegar aos 30, pelo menos não inteiro.
Não devo chegar aos 30, pelo menos não inteiro. Passou todo o baile encostado numa coluna adornada, bebendo o guaraná clandestino do Marcelão, vendo ela passar abraçada com uma sucessão de primos e amigos de primos, principalmente um halterofilista, certamente burro, talvez até criminoso, que reduzira sua fantasia a um par de calças curtas de couro. Pensou em dizer alguma coisa, mas só o que lhe ocorreu dizer foi "Pelo menos o meu tirolês era autêntico" e desistiu. Mas quando a banda começou a tocar "Bandeira Branca" e ele se dirigiu para a saída, tonto e amargurado, sentiu que alguém o pegava pela mão, virou-se e era ela. Era ela, meu Deus, puxando-o para o salão. Ela enlaçando-o com os dois braços para dançarem assim, ela dizendo "Não vale, você cresceu mais do que eu" e encostando a cabeça no seu ombro. Ela encostando a cabeça no seu ombro.
Encontraram-se de novo 15 anos depois. Aliás, neste carnaval. Por acaso, num aeroporto. Ela desembarcando, a caminho do interior, para visitar a mãe. Ele embarcando para encontrar os filhos no Rio. Ela disse: "Quase não reconheci você sem fantasia." Ele custou a reconhecê-la. Ela estava gorda, nunca a reconheceria, muitos menos de bailarina espanhola. A última coisa que ele lhe dissera fora "Preciso te dizer uma coisa", e ela dissera "No carnaval que vem, no carnaval que vem" e no carnaval seguinte ela não aparecera, ela nunca mais aparecera. Explicou que o pai tinha sido transferido para outro Estado, sabe como é, Banco do Brasil, e como ela não tinha o endereço dele, como não sabia nem o sobrenome dele, e, mesmo, não teria onde tomar nota na fantasia de falsa bávara...
- O que você ia me dizer, no outro carnaval? - perguntou ela.
- Esqueci - mentiu ele.
Trocaram informações. Os dois casaram, mas ele já se separou. Os filhos dele moram no Rio, com a mãe. Ela, o marido e a filha moram em Curitiba, o marido também é do Banco do Brasil... E a todas essas ele pensando: digo ou não digo que aquele foi o momento mais feliz da minha vida, "Bandeira Branca", a cabeça dela no meu ombro, e que todo o resto da minha vida será apenas o resto da minha vida? E ela pensando: como é mesmo o nome dele? Péricles. Será Péricles? Ele: digo ou não digo que não cheguei mesmo inteiro aos 30, e que ainda tenho o leque? Ela: Petrarco. Pôncio. Ptolomeu...
O Estado de São Paulo - 14 de fevereiro de 1999
L.F. Verissimo
Ele: tirolês. Ela: odalisca. Eram de culturas muito diferentes, não podia dar certo. Mas tinham só quatro anos e se entenderam. No mundo dos quatro anos todos se entendem, de um jeito ou de outro. Em vez de dançarem, pularem e entrarem no cordão, resistiram a todos os apelos desesperados das mães e ficaram sentados no chão, fazendo um montinho comum de confete, serpentina e poeira, até serem arrastados para casa, sob ameaças de jamais serem levados a outro baile de carnaval.
Encontraram-se de novo no baile infantil do clube do ano seguinte. Ele com o mesmo tirolês, agora apertado nos fundilhos, ela de egípcia. Tentaram recomeçar o montinho, mas desta vez as mães reagiram e os dois foram obrigados e dançar, pular e entrar no cordão, sob ameaça de levarem uns tapas. Passaram o tempo todo de mãos dadas.
Só no terceiro carnaval se falaram.
- Como é teu nome?
- Janice. E o teu?
- Píndaro.
- O que?!
- Píndaro.
- Que nome!
Ele de legionário romano, ela de índia americana.
Só no sétimo baile (pirata, chinesa) desvendaram o mistério de só se encontrarem no carnaval e nunca se encontrarem no clube, no resto do ano. Ela morava no interior, vinham visitar uma tia no carnaval, a tia é que era sócia.
- Ah.
Foi o ano em que ele preferiu ficar com a sua turma, tentando encher a boca das meninas de confete, e ela ficou na mesa, brigando com a mãe, se recusando a brincar, o queixo enterrado na gola alta do vestido de imperadora. Mas quase no fim do baile, na hora do "Bandeira Branca", ele veio, e a puxou pelo braço, e os dois foram para o meio do salão, abraçados. E quando se despediram ela o beijou na face, disse "Até o carnaval que vem" e saiu correndo.
No baile do ano em que fizeram 13 anos, pela primeira vez as fantasias dos dois combinaram. Toureiro e bailarina espanhola. Formavam um casal! Beijaram-se muito, quando as mães não estavam olhando. Até na boca. Na hora da despedida, ele pediu:
- Me dá alguma coisa.
- O que?
- Qualquer coisa.
- O leque!
O leque da bailarina. Ela diria para a mãe que o tinha perdido no salão.
No ano seguinte ela não apareceu no baile. Ele ficou o tempo toda à sua aprocura, um havaiano desconsolado. Não sabia nem como perguntar por ela. Não conhecia a tal tia. Passara um ano inteiro pensando nela, às vezes tirando o leque do seu esconderijo para cheirá-lo, antegozando o momento de encontrá-la outra vez no baile. E ela não apareceu. Marcelão, o mau elemento da sua turma, tinha levado gim para misturar com o guaraná. Ele bebeu demais. Teve que ser carregado para casa. Acordou na sua cama sem lençol, que estava sendo lavado. O que acontecera?
- Você vomitou a alma - disse a mãe.
Era exatamente como se sentia. Como alguém que vomitara a alma e nunca a teria de volta. Nunca. Nem o leque tinha mais do cheiro dela.
Mas no ano seguinte ele foi ao baile dos adultos no clube - e lá estava ela! Quinze anos. Uma moça. Peitos, tudo. Uma fantasia indefinida.
- Sei lá. Bávara tropical - disse ela, rindo.
Estava diferente. Não era só o corpo. Menos tímida, o riso mais solto. Contou que faltara no ano anterior porque a avó morrera, logo no carnaval.
- E aquela bailarina espanhola?
- Nem me fala. E o toureiro?
- Aposentado.
A fantasia dele era de nada. Camisa florida, bermudas, finalmente um brasileiro. Ela estava com um grupo. Primos, amigos dos primos. Todos vagamente bávaros. Quando ela o apresentou ao grupo alguém disse "Píndaro?!" e todos caíram na risada. Ele viu que ela estava rindo também. Deu uma desculpa e afastou-se. Foi procurar o Marcelão. O Marcelão anunciara que levaria várias garrafas presas nas pernas, escondidas sob as calças da fantasia de sultão. O Marcelão tinha o que ele precisava para encher o buraco deixado pela alma. Quinze anos, pensou ele, e já estou perdendo todas as ilusões da vida, começando pelo carnaval. Não devo chegar aos 30, pelo menos não inteiro.
Não devo chegar aos 30, pelo menos não inteiro. Passou todo o baile encostado numa coluna adornada, bebendo o guaraná clandestino do Marcelão, vendo ela passar abraçada com uma sucessão de primos e amigos de primos, principalmente um halterofilista, certamente burro, talvez até criminoso, que reduzira sua fantasia a um par de calças curtas de couro. Pensou em dizer alguma coisa, mas só o que lhe ocorreu dizer foi "Pelo menos o meu tirolês era autêntico" e desistiu. Mas quando a banda começou a tocar "Bandeira Branca" e ele se dirigiu para a saída, tonto e amargurado, sentiu que alguém o pegava pela mão, virou-se e era ela. Era ela, meu Deus, puxando-o para o salão. Ela enlaçando-o com os dois braços para dançarem assim, ela dizendo "Não vale, você cresceu mais do que eu" e encostando a cabeça no seu ombro. Ela encostando a cabeça no seu ombro.
Encontraram-se de novo 15 anos depois. Aliás, neste carnaval. Por acaso, num aeroporto. Ela desembarcando, a caminho do interior, para visitar a mãe. Ele embarcando para encontrar os filhos no Rio. Ela disse: "Quase não reconheci você sem fantasia." Ele custou a reconhecê-la. Ela estava gorda, nunca a reconheceria, muitos menos de bailarina espanhola. A última coisa que ele lhe dissera fora "Preciso te dizer uma coisa", e ela dissera "No carnaval que vem, no carnaval que vem" e no carnaval seguinte ela não aparecera, ela nunca mais aparecera. Explicou que o pai tinha sido transferido para outro Estado, sabe como é, Banco do Brasil, e como ela não tinha o endereço dele, como não sabia nem o sobrenome dele, e, mesmo, não teria onde tomar nota na fantasia de falsa bávara...
- O que você ia me dizer, no outro carnaval? - perguntou ela.
- Esqueci - mentiu ele.
Trocaram informações. Os dois casaram, mas ele já se separou. Os filhos dele moram no Rio, com a mãe. Ela, o marido e a filha moram em Curitiba, o marido também é do Banco do Brasil... E a todas essas ele pensando: digo ou não digo que aquele foi o momento mais feliz da minha vida, "Bandeira Branca", a cabeça dela no meu ombro, e que todo o resto da minha vida será apenas o resto da minha vida? E ela pensando: como é mesmo o nome dele? Péricles. Será Péricles? Ele: digo ou não digo que não cheguei mesmo inteiro aos 30, e que ainda tenho o leque? Ela: Petrarco. Pôncio. Ptolomeu...
O Estado de São Paulo - 14 de fevereiro de 1999
L.F. Verissimo
3.2.08
Ela, a imperatriz na passarela, é samba é arte, é coisa bela.
Eu sou, sou caruana eu sou, Patuanu nasceu do girador.
Sonhava Nassau, com uma Holanda tropical, Nassau, e nesse sonho ele então pediu: quero te ver, Brasil!
Neste palco iluminado só dá Lalá! És presente imortal, só dá Lalá!
Enfeitei meu coração de confete e serpentina, minha mente se fez menina... (?)
Brudumpraticundumtucurundum meu samba, minha gente, é isso aí, é isso aí.
Samba, a mulata é a tal... Salve a loirinha com seus olhos de cristal!
Bahia, terra sagrada, Iemanjá, Iansã...
Mangueira supercampeã!
Ah, vira, virou, vira, virou
A Mocidade chegou
Virando as viradas dessa vida
É no chuê, chuê
É no chuá, chuá
Toda trizteza já deixei pra lá!
Mostrar ao mundo o perfil do brasileiro
Malandro, bonito, sagaz e maneiro
Que canta e dança, pinta e borda e é feliz
Explode coração na maior felicidade!
É lindo o meu Salgueiro contagiando e sacudindo essa cidade!
Sou índio, sou forte, sou filho da sorte, eu sou natural
Eu sou Naturaaal
Sou guerreiro, sou a luz da liberdade
Car-na-vaaaal!
Eles trouxeram o balanço do deserto mas não tem o gingado certo pra cruzar o nosso chão.
O Sertão não é só lamento
Meu momento é aqui
Faço a festa e lavo a alma hoje na Sapucaí.
A mão que faz a bomba, faz o samba
E Deus faz gente bamba
A bomba que explode nesse carnaval
É a Mocidade levantando o seu astral!
Vou cair na gandaia com a minha bateria
No balanço da mulata, explosão de alegria!
Lá vem a Viradouro aí, meu amor!
Coisa igual eu nunca vi, que esplendor!
(E vem das Treeeevas...)
Vem das Trevas, tudo pode acontecer
A noite vira dia, luz de um novo amanhecer.
É Dom Quixote, ô, É Zé Pereira, é Charlie Chaplin no embalo da Mangueira!
Eu sou, sou caruana eu sou, Patuanu nasceu do girador.
Sonhava Nassau, com uma Holanda tropical, Nassau, e nesse sonho ele então pediu: quero te ver, Brasil!
Neste palco iluminado só dá Lalá! És presente imortal, só dá Lalá!
Enfeitei meu coração de confete e serpentina, minha mente se fez menina... (?)
Brudumpraticundumtucurundum meu samba, minha gente, é isso aí, é isso aí.
Samba, a mulata é a tal... Salve a loirinha com seus olhos de cristal!
Bahia, terra sagrada, Iemanjá, Iansã...
Mangueira supercampeã!
Ah, vira, virou, vira, virou
A Mocidade chegou
Virando as viradas dessa vida
É no chuê, chuê
É no chuá, chuá
Toda trizteza já deixei pra lá!
Mostrar ao mundo o perfil do brasileiro
Malandro, bonito, sagaz e maneiro
Que canta e dança, pinta e borda e é feliz
Explode coração na maior felicidade!
É lindo o meu Salgueiro contagiando e sacudindo essa cidade!
Sou índio, sou forte, sou filho da sorte, eu sou natural
Eu sou Naturaaal
Sou guerreiro, sou a luz da liberdade
Car-na-vaaaal!
Eles trouxeram o balanço do deserto mas não tem o gingado certo pra cruzar o nosso chão.
O Sertão não é só lamento
Meu momento é aqui
Faço a festa e lavo a alma hoje na Sapucaí.
A mão que faz a bomba, faz o samba
E Deus faz gente bamba
A bomba que explode nesse carnaval
É a Mocidade levantando o seu astral!
Vou cair na gandaia com a minha bateria
No balanço da mulata, explosão de alegria!
Lá vem a Viradouro aí, meu amor!
Coisa igual eu nunca vi, que esplendor!
(E vem das Treeeevas...)
Vem das Trevas, tudo pode acontecer
A noite vira dia, luz de um novo amanhecer.
É Dom Quixote, ô, É Zé Pereira, é Charlie Chaplin no embalo da Mangueira!
29.1.08
Em 1991, uma mulher tailandesa de 57 anos chamada Yooket Paen estava caminhando por sua fazenda quando escorregou em um monte de bosta de vaca, se agarrou em um fio da cerca viva (que mantinha o gado confinado) e foi eletrocutada até a morte. Dias depois de seu funeral, sua irmã estava mostrando aos vizinhos como tinha sido o acidente quando ela também escorregou agarrou o mesmo cabo, e morreu igual a sua irmã.
Dick Shawn (1924-1987) foi um comediante que teve um ataque do coração e morreu durante uma brincadeira que pareceu estranhamente apropriada: estava caçoando dos políticos que em sua campanha diziam clichês como: - "Nunca vou dormir em meu cargo!" - Quando então Shawn caiu de bruços. No começo, o público gargalhou pensando que isso era parte do show, até que em determinado momento um empregado do teatro subiu ao palco, constatou seu pulso e começou a lhe dar os primeiros socorros. Chegaram os paramédicos, e pediram ao público que fossem para casa: Dick não terminou a piada.
Em 1985, para celebrar seu primeiro ano sem ter que lamentar nenhum afogado, os salva-vidas do departamento de recreação de Nova Orleans decidiram fazer uma festa. Quando a festa terminou, um convidado de 31 anos chamado Jerome Moody foi encontrado morto no fundo da piscina do clube.
Homer e Langley Collyer eram arquivistas compulsivos. Os dois irmãos tinham medo de desfazer-se de qualquer coisa, e colecionaram obsessivamente diários e outros lixos em sua casa. Inclusive prepararam armadilhas nos corredores e portas para proteger-se dos intrusos. Em 1947, um telefonema anônimo denunciou que tinha uma pessoa morta na casa dos irmãos, e após enfrentar grande dificuldades para entrar, a polícia encontrou o corpo de Homer Collyer. Duas semanas mais tarde, após a retirada de cerca de 100 toneladas de lixo, finalmente encontraram o corpo de Langley Collyer parcialmente decomposto, a alguns poucos metros além de onde tinham encontrado seu irmão. Aparentemente, Langley estava tentando levar comida para Homer engatinhando sobre os túneis entre pilhas de diários quando disparou uma de suas armadilhas. Dias depois, Homer morreu de fome.
Após a guerra civil norte-americana, o controvertido político Clement Vallandigham, de Ohio, transformou-se num advogado de sucesso que raras vezes perdia um caso. Em 1871 defendeu Thomas McGehan, acusado de disparar contra um tal Tom Myers durante uma disputa num bar. A defesa de Vallandigham baseava-se em que Myers tinha disparado contra ele mesmo ao empunhar sua pistola quando estava ajoelhado. Para convencer o júri, Vallandigham decidiu demonstrar sua teoria. Infelizmente, utilizou por engano uma pistola carregada e terminou disparando contra ele mesmo comprovando a teoria do disparo acidental e conseguindo exonerar seu cliente.
Você encontra mais pílulas de tragicomédia aqui.
Dick Shawn (1924-1987) foi um comediante que teve um ataque do coração e morreu durante uma brincadeira que pareceu estranhamente apropriada: estava caçoando dos políticos que em sua campanha diziam clichês como: - "Nunca vou dormir em meu cargo!" - Quando então Shawn caiu de bruços. No começo, o público gargalhou pensando que isso era parte do show, até que em determinado momento um empregado do teatro subiu ao palco, constatou seu pulso e começou a lhe dar os primeiros socorros. Chegaram os paramédicos, e pediram ao público que fossem para casa: Dick não terminou a piada.
Em 1985, para celebrar seu primeiro ano sem ter que lamentar nenhum afogado, os salva-vidas do departamento de recreação de Nova Orleans decidiram fazer uma festa. Quando a festa terminou, um convidado de 31 anos chamado Jerome Moody foi encontrado morto no fundo da piscina do clube.
Homer e Langley Collyer eram arquivistas compulsivos. Os dois irmãos tinham medo de desfazer-se de qualquer coisa, e colecionaram obsessivamente diários e outros lixos em sua casa. Inclusive prepararam armadilhas nos corredores e portas para proteger-se dos intrusos. Em 1947, um telefonema anônimo denunciou que tinha uma pessoa morta na casa dos irmãos, e após enfrentar grande dificuldades para entrar, a polícia encontrou o corpo de Homer Collyer. Duas semanas mais tarde, após a retirada de cerca de 100 toneladas de lixo, finalmente encontraram o corpo de Langley Collyer parcialmente decomposto, a alguns poucos metros além de onde tinham encontrado seu irmão. Aparentemente, Langley estava tentando levar comida para Homer engatinhando sobre os túneis entre pilhas de diários quando disparou uma de suas armadilhas. Dias depois, Homer morreu de fome.
Após a guerra civil norte-americana, o controvertido político Clement Vallandigham, de Ohio, transformou-se num advogado de sucesso que raras vezes perdia um caso. Em 1871 defendeu Thomas McGehan, acusado de disparar contra um tal Tom Myers durante uma disputa num bar. A defesa de Vallandigham baseava-se em que Myers tinha disparado contra ele mesmo ao empunhar sua pistola quando estava ajoelhado. Para convencer o júri, Vallandigham decidiu demonstrar sua teoria. Infelizmente, utilizou por engano uma pistola carregada e terminou disparando contra ele mesmo comprovando a teoria do disparo acidental e conseguindo exonerar seu cliente.
Você encontra mais pílulas de tragicomédia aqui.
23.1.08
Se este fosse um país sério...
...os autores/intérpretes e quem se dispusesse a gravar/executar uma 'canção' como a abaixo transcrita seriam mortos a pedradas em plena praça, com o perdão do trocadilho mas não da justiça.
Eu iria além: quem gosta da mesma devia ter a mesma sorte.
Dormi na Praça
Bruno e Marrone
Composição: Fatima Leão / Elias Muniz
Caminhei sozinho
Pela rua
Falei com as estrelas
E com a lua
Deitei no banco da praça
Tentando te esquecer
Adormeci e sonhei com você...
No sonho, você veio
Provocante
Me deu um beijo doce
E me abraçou
E bem na hora "H"
No ponto alto do amor
Já era dia
O guarda me acordou...
Seu guarda
Eu não sou vagabundo
Eu não sou delinquente
Sou um cara carente
Eu dormi na praça
Pensando nela
Seu guarda
Seja meu amigo
Me bata, me prenda
Faça tudo comigo
Mas não me deixe
Ficar sem ela...
O final é a minha parte favorita. Primeiro, o eu-lírico pede que o guarda "faça tudo" com ele, o prenda, para em seguida implorar que ele o deixe ficar com amada.
Ora, até com um Q.I. de Forrest Gump dá pra perceber a contradição: uma vez preso, como ele poderia desfrutar do amor da companheira?
Haja nonsense.
Eu iria além: quem gosta da mesma devia ter a mesma sorte.
Dormi na Praça
Bruno e Marrone
Composição: Fatima Leão / Elias Muniz
Caminhei sozinho
Pela rua
Falei com as estrelas
E com a lua
Deitei no banco da praça
Tentando te esquecer
Adormeci e sonhei com você...
No sonho, você veio
Provocante
Me deu um beijo doce
E me abraçou
E bem na hora "H"
No ponto alto do amor
Já era dia
O guarda me acordou...
Seu guarda
Eu não sou vagabundo
Eu não sou delinquente
Sou um cara carente
Eu dormi na praça
Pensando nela
Seu guarda
Seja meu amigo
Me bata, me prenda
Faça tudo comigo
Mas não me deixe
Ficar sem ela...
O final é a minha parte favorita. Primeiro, o eu-lírico pede que o guarda "faça tudo" com ele, o prenda, para em seguida implorar que ele o deixe ficar com amada.
Ora, até com um Q.I. de Forrest Gump dá pra perceber a contradição: uma vez preso, como ele poderia desfrutar do amor da companheira?
Haja nonsense.
16.1.08
Vagabundo? Metódico? Gênio?
Esse cara impôs para si uma curiosa missão: em três anos, escutar todos os álbuns citados no livro "1001 discos pra ouvir antes de morrer". No blog, contagem regressiva, comentários e links para baixar os discos.
Você não precisa ler o resto do post. Vá logo comentar ou fazer outra coisa.
Parte enche-lingüiça do post: dia desses tava no PC e escutando a TV, que deixei ligada, quando de repente um portuga dando uma entrevista me chama a atenção. Vou ver quem é o coroa e descubro que se tratava de um rapaz de seus 30 anos, o que me levou a constatar que português inapelavelmente fala como velho, pode ser Cristiano Ronaldo ou Manoel de Oliveira.
Dica cultural.
Esse cara impôs para si uma curiosa missão: em três anos, escutar todos os álbuns citados no livro "1001 discos pra ouvir antes de morrer". No blog, contagem regressiva, comentários e links para baixar os discos.
Você não precisa ler o resto do post. Vá logo comentar ou fazer outra coisa.
Parte enche-lingüiça do post: dia desses tava no PC e escutando a TV, que deixei ligada, quando de repente um portuga dando uma entrevista me chama a atenção. Vou ver quem é o coroa e descubro que se tratava de um rapaz de seus 30 anos, o que me levou a constatar que português inapelavelmente fala como velho, pode ser Cristiano Ronaldo ou Manoel de Oliveira.
Dica cultural.
3.1.08
Paraíba, capital Paraíba
Sessão Especial discute mudança no nome da Capital
A sessão especial para debater a mudança do nome da Capital paraibana, realizada na manhã desta quinta-feira, 29, na Câmara Municipal, foi prestigiada por autoridades e população. Com as galerias e demais dependências da Câmara lotadas, a sessão foi presidida pelo vereador Fuba e teve a participação dos vereadores Tavinho Santos (PTB), Padre Adelino (PSB) e Paula Frassinete (PSB).
A sessão contou também com a participação do presidente do Instituto de Genealogia e Heráldica da Paraíba, João Abelardo Lins; do presidente da Ong Padre Mestre João do Rego, José Flávio da Silva; membros do Instituto Histórico e Geográfico da Paraíba (IHGP); além de professores, estudantes e estudiosos do assunto.
O arcebispo da Paraíba, dom Aldo Pagotto, não pôde comparecer ao avento, mas enviou correspondência ao vereador Flávio Eduardo Fuba (PSB), autor do requerimento de realização da sessão, apoiando o debate que prevê o retorno do nome Parahyba em substituição à designação João Pessoa.
Na carta enviada a Fuba, dom Aldo Pagotto lamenta não estar presente à sessão especial. No entanto, o arcebispo dá uma contribuição ao debate informando o que muita gente não havia prestado atenção: apesar da mudança do nome, em 1930, a Igreja Católica no estado decidiu manter o nome 'Paraíba' como denominação da circunscrição eclesiástica, que corresponde a Arquidiocese da Paraíba e não Arquidiocese de João Pessoa.
Fonte: http://www.cmjp.pb.gov.br
Não votei em Fuba nem esperava muita coisa dele. Mas sua atuação parlamentar vem me agradando. Não sei que projetos propostos por ele foram aprovados, mas o simples fato de ele levantar discussões como essa já são dignas de elogios. Casas legislativas são espaços para debates, mas nem sempre é o que vemos. A Assembléia Legislativa vive conferindo votos de aplauso e homenagens de mérito duvidoso, como a entrega do título de cidadão paraibano a Collor, por exemplo.
Outra de Fuba que deu o maior bafafá foi a idéia de estabelecer uma cota mínima obrigatória de música local na programação das rádios. Não pegou porque a legislação que rege a radiodifusão é federal... Bom, pelo menos serviu para se discutir o tema.
Agora é a vez do nome da cidade. Eu sou a favor da mudança. Mas mesmo que fosse contra, eu apoiaria o debate, por esclarecer à grande parte da população as circunstâncias em que se deu a mudança de "Paraíba" pra "João Pessoa". Muita gente acha que sempre foi "João Pessoa". Outros nem sabem quem foi o sujeito.
Se houvesse um plebiscito, por exemplo, o assunto ganharia de vez os meios de comunicação e as pessoas estariam aptas a refletir se a figura do então presidente da província e seu trágico fim justificam tamanha honra. Mais ou menos como o plebiscito sobre o sistema de governo de 1992, que ensinou o povo o que era monarquia e parlamentarismo.
Conhecendo a nossa história, o cidadão comum (esse Homer Simpson de que fala William Bonner) poderia se perguntar: "Se o governador fosse assassinado hoje e uma semana depois houvesse uma sessão na Assembléia para mudar o nome da capital para 'Cássio Cunha Lima', eu apoiaria?"
Em tempo: uma enquete realizada pelo site O Informativo sugere que a opção pela mudança do nome, pelo menos entre os mais instruídos, ganha de lavada da permanência de "João Pessoa".
A sessão especial para debater a mudança do nome da Capital paraibana, realizada na manhã desta quinta-feira, 29, na Câmara Municipal, foi prestigiada por autoridades e população. Com as galerias e demais dependências da Câmara lotadas, a sessão foi presidida pelo vereador Fuba e teve a participação dos vereadores Tavinho Santos (PTB), Padre Adelino (PSB) e Paula Frassinete (PSB).
A sessão contou também com a participação do presidente do Instituto de Genealogia e Heráldica da Paraíba, João Abelardo Lins; do presidente da Ong Padre Mestre João do Rego, José Flávio da Silva; membros do Instituto Histórico e Geográfico da Paraíba (IHGP); além de professores, estudantes e estudiosos do assunto.
O arcebispo da Paraíba, dom Aldo Pagotto, não pôde comparecer ao avento, mas enviou correspondência ao vereador Flávio Eduardo Fuba (PSB), autor do requerimento de realização da sessão, apoiando o debate que prevê o retorno do nome Parahyba em substituição à designação João Pessoa.
Na carta enviada a Fuba, dom Aldo Pagotto lamenta não estar presente à sessão especial. No entanto, o arcebispo dá uma contribuição ao debate informando o que muita gente não havia prestado atenção: apesar da mudança do nome, em 1930, a Igreja Católica no estado decidiu manter o nome 'Paraíba' como denominação da circunscrição eclesiástica, que corresponde a Arquidiocese da Paraíba e não Arquidiocese de João Pessoa.
Fonte: http://www.cmjp.pb.gov.br
Não votei em Fuba nem esperava muita coisa dele. Mas sua atuação parlamentar vem me agradando. Não sei que projetos propostos por ele foram aprovados, mas o simples fato de ele levantar discussões como essa já são dignas de elogios. Casas legislativas são espaços para debates, mas nem sempre é o que vemos. A Assembléia Legislativa vive conferindo votos de aplauso e homenagens de mérito duvidoso, como a entrega do título de cidadão paraibano a Collor, por exemplo.
Outra de Fuba que deu o maior bafafá foi a idéia de estabelecer uma cota mínima obrigatória de música local na programação das rádios. Não pegou porque a legislação que rege a radiodifusão é federal... Bom, pelo menos serviu para se discutir o tema.
Agora é a vez do nome da cidade. Eu sou a favor da mudança. Mas mesmo que fosse contra, eu apoiaria o debate, por esclarecer à grande parte da população as circunstâncias em que se deu a mudança de "Paraíba" pra "João Pessoa". Muita gente acha que sempre foi "João Pessoa". Outros nem sabem quem foi o sujeito.
Se houvesse um plebiscito, por exemplo, o assunto ganharia de vez os meios de comunicação e as pessoas estariam aptas a refletir se a figura do então presidente da província e seu trágico fim justificam tamanha honra. Mais ou menos como o plebiscito sobre o sistema de governo de 1992, que ensinou o povo o que era monarquia e parlamentarismo.
Conhecendo a nossa história, o cidadão comum (esse Homer Simpson de que fala William Bonner) poderia se perguntar: "Se o governador fosse assassinado hoje e uma semana depois houvesse uma sessão na Assembléia para mudar o nome da capital para 'Cássio Cunha Lima', eu apoiaria?"
Em tempo: uma enquete realizada pelo site O Informativo sugere que a opção pela mudança do nome, pelo menos entre os mais instruídos, ganha de lavada da permanência de "João Pessoa".
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